Presidente do Bayern Munique condenado a três anos e meio de prisão

Uli Hoeness considerado culpado de evasão fiscal.

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Uli Hoeness, presidente do todo poderoso Bayern Munique, foi nesta quinta-feira condenado a três anos e meio de prisão por um tribunal de Munique, depois de ter sido considerado culpado por evasão fiscal no valor de 27,2 milhões de euros. Foi o próprio Hoeness quem começou por admitir a fuga ao fisco num valor inicial de 3,5 milhões, mas, durante o julgamento, o antigo avançado admitiu que esse valor era de 18,5 milhões, com o testemunho de um inspector das finanças a fixar o valor nos 27,2 milhões.

Hoeness contava com a clemência do tribunal devido à sua confissão voluntária, mas o melhor que conseguiu fui uma pena reduziade de três anos e seis meses quando a pena máxima a que podia ser condenado era de dez anos. “A confissão voluntária não é válida com os documentos que foram apresentados”, declarou o juiz Rupert Heindl, que proferiu a sentença, acrescentando que a confissão de Hoeness estava cheia de erros e que os documentos não tinham sido entregues a tempo, uma condição essencial para a amnistia.

Os advogados do presidente do Bayern, que escondeu os seus rendimentos numa conta bancária na Suíça, já declararam que vão recorrer da sentença para uma instância superior e Hoeness irá manter-se em liberdade enquanto durar o recurso, que se prevê vá decorrer durante cerca de um ano. “Lamento o que fiz. Estou a fazer tudo o que posso para deixar este capítulo infeliz da minha vida para trás”, declarou Hoeness no início do julgamento, que também motivou uma reacção por parte da chanceler alemã Angela Merkel, amiga pessoal do presidente do Bayern. “Muita gente está desiludida com Uli Hoeness, incluindo a chanceler”, declarou um porta-voz de Merkel.

Hoeness, de 62 anos, é o dirigente com mais sucesso da história do futebol alemão, depois de ter tido uma carreira relativamente curta mas recheada de títulos como futebolista. Enquanto jogou até aos 27 anos, Hoeness, um avançado móvel, foi três vezes campeão da Alemanha com o Bayern Munique e, na selecção, conquistou o Europeu de 1972 e o Mundial de 1974. Uma lesão no joelho obrigou Hoeness a deixar os relvados, mas manteve-se ligado ao futebol e, de imediato, assumiu funções directivas no Bayern.

Sob a sua gestão, o Bayern, acutal campeão europeu transformou-se numa das maiores potências do futebol europeu e com uma saúde financeira invejável. O seu futuro como presidente dos bávaros é, no entanto, uma incógnita. O conselho de administração do clube vai discutir o assunto mas diz que não vai tomar uma decisão imediatamente. No ano passado, Hoeness colocou o seu lugar à disposição, mas foi apoiado pelo conselho de administração e os adeptos do clube.

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