Presidente da Juventus teme futuro do futebol italiano

Andrea Agnelli lamenta a perda de influência da Liga italiana.

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Andrea Agnelli preocupado com o futuro do futebol italiano Carl Court/AFP

Andrea Agnelli, presidente da Juventus, disse nesta quinta-feira que a Itália já não é o destino final mais desejado para os melhores jogadores mundiais e os principais clubes a competir na Série A terão muitas dificuldades em conservar os futebolistas que ainda jogam nas suas equipas, a não ser que várias melhorias ocorram no campeonato italiano.

Em Stamford Bridge, Inglaterra, numa conferência sobre liderança no futebol, Andrea, 37 anos, o quarto elemento da família Agnelli a dirigir o mais vitorioso emblema italiano nas provas domésticas, disse que a Itália estagnou no futebol e afirmou que a Série A é agora uma sombra da jóia que já foi. “Se recuarmos 10 ou 15 anos, o sonho de qualquer jogador internacional era actuar na Série A”, afirmou o dirigente, realçando que o campeonato italiano deixou de ser o destino final para passar a ser um ponto de passagem.

“Quando eu era miúdo e estudava em Inglaterra, costumávamos ver os jogos da Série A transmitidos em directo pela televisão. A Liga inglesa não era o que é hoje. A Liga alemã está a recolher os frutos do que semeou nos últimos 10 anos. A Liga espanhola tem o seu ambiente muito próprio e duas das mais bem sucedidas marcas mundiais – Real Madrid e Barcelona – e a França tem lucrado com investimentos vindos do estrangeiro", analisou Agnelli.

“Onde estaremos daqui a dois ou três anos? Seremos capazes de conservar jogadores como Paul Pogba, por exemplo? Não creio que tenhamos capacidade económica para manter um jogador destes. Olhem para o Milan, que teve que abrir mão de Ibrahimovic. Precisamos de ter mais músculo financeiro. A Itália caiu do segundo para o quarto lugar no coeficiente da UEFA a partir de 2006, o que implica que tenha apenas três clubes na Liga dos Campeões e não quatro", lamnetou o dirigente.

“Precisamos de reformas em Itália. Precisamos de olhar para os nossos estádios, que é onde se faz a diferença, nas estratégias de bilhética e de encontrar fontes de rendimento. Se oferecermos um bom espectáculo, em estádios cheios isso vai interessar a quem transmite os jogos e os rendimentos aumentarão", concluiu.

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