Potência e Davenport são as chaves do sucesso da jovem Madison

João Sousa despediu-se do Open da Austrália após perder em pares.

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William West/AFP

Não é só em Nova Iorque que existe uma Madison Avenue. Em Melbourne, Madison Keys e Madison Brengle continuam a percorrer juntas o caminho que irá conduzir aos quartos-de-final do Open da Austrália uma tenista norte-americana que não tenha o apelido Williams. Neste sábado, Keys obteve a melhor vitória da carreira ao eliminar a bicampeã de Wimbledon, Petra Kvitova (4.ª), por 6-4, 7-5.

“É a minha primeira vez numa segunda semana de um Grand Slam. Sinto-me bem com isso e sinto que melhorei muito, mas, ao mesmo tempo, quero mais, quero fazer melhor. Por isso, não quero pensar muito à frente nem quero ficar demasiado entusiasmada. Vou encarar isto como mais uma vitória”, frisou Keys (35.ª mundial).

Há muito que a jogadora de 19 anos vinha prometendo grandes feitos, tendo mesmo já um título (Eastbourne), mas nunca tinha vencido mais de dois encontros consecutivos em majors. No Verão passado, a jogadora que era acompanhada pela federação norte-americana decidiu criar uma equipa própria. Max Eisenbud, antigo gestor das carreiras de Maria Sharapova e Li Na, contactou Lindsay Davenport, que brilhou nos courts com um ténis igualmente baseado na potência – no torneio de Roland Garros do ano passado, as pancadas de Keys foram cronometradas, em média, a 127km/h, superior à de todos os homens. Mas a ex-número um mundial, detentora de três títulos do Grand Slam e mãe de quatro filhos com menos de oito anos, gostou da experiência da pré-época e disponibilizou-se para mais. O marido Jon, ex-jogador do circuito universitário, também passou a integrar a equipa técnica e foram com dois filhos para Melbourne.

“Há 20 anos, as jogadoras apareciam mais cedo; agora, as campeãs estão mais velhas e algumas só atingem o auge aos 25 ou 26 anos. É isso que tem acontecido um pouco comigo, ficar mais velha e mais madura. E ter ao meu lado Lindsay, que já passou por e sabe como lidar com isso, ajudou muito”, admitiu Keys. Na segunda-feira, discute um lugar nos quartos-de-final com a amiga Madison Brengle (64.ª), cinco anos mais velha.

Com as vitórias das irmãs WIliams, desde 2003 que não havia quatro norte-americanas nos "oitavos" do Open da Austrália. Serena dominou Elina Svitolina (26.ª), por 4-6, 6-2, 6-0, mas a ucraniana de 20 anos mostrou que tem ténis para mais. Na próxima ronda, a líder do ranking reencontra Garbine Muguruza (24.ª), que a eliminou em Roland Garros.

Venus Williams (18.ª), 34 anos, também cedeu o set inicial à italiana Camila Giorgi (33.ª) mas venceu, por 4-6, 7-6 (7/3) e 6-1, e surge na segunda semana de um Grand Slam pela primeira vez desde o torneio de Wimbledon de 2011. Agnieszka Radwanska (6.ª) é a próxima adversária de Venus, enquanto Victoria Azarenka (44.ª) vai defrontar Dominika Cibulkova (10.ª), finalista em 2014.

No torneio masculino, Novak Djokovic ultrapassou Fernando Verdasco, por 7-6 (10/8,) 6-3 e 6-4 e o campeão em título, Stan Wawrinka afastou Jarkko Nieminen, por 6-4, 6-2 e 6-4.

João Sousa despediu-se do Open depois de perder, ao lado de Santiago Giraldo, com a dupla campeã de Roland Garros, Julien Benneteau e Edouard Roger Vasselin, por 7-5, 6-4

“Fizemos um excelente encontro. Eles demonstraram o porquê de serem uma das melhores duplas da actualidade e jogaram a um alto nível”, explicou Sousa, antes de fazer um balanço positivo desta participação, que lhe irá permitir reentrar no top 50: “Penso que foi uma óptima semana a todos os níveis, em que aprendemos muito e tentei dar o melhor de mim em cada momento.” O próximo torneio de Sousa é o ATP 250 de Montpellier, no início de Fevereiro.

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