Portugal vence Sérvia e garante estatuto de cabeça de série para o Euro 2016

Fernando Santos passou a ser o treinador com mais vitórias consecutivas em jogos oficiais ao serviço da selecção. O sétimo triunfo foi iniciado por Nani e confirmado com mais um grande golo de João Moutinho

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Nani marcou o seu 16.º golo pela selecção PEDJA MILOSAVLJEVIC/AFP

Mais do que encerrar a qualificação para o Euro 2016 com a sétima vitória consecutiva em jogos oficiais – um recorde que passou a ser de Fernando Santos -, o triunfo deste domingo frente à Sérvia, em Belgrado, por 2-1, garantiu que Portugal figurará entre os cabeça de série para o sorteio da fase final do torneio francês, marcado para o próximo dia 12 de Dezembro, em Paris. Nani e João Moutinho foram os autores dos golos portugueses, numa partida onde alinharam muitas das segundas linhas da equipa nacional.

Longe de realizar uma boa exibição, o conjunto nacional foi eficaz nas oportunidades que criou e acabou por sair da Sérvia com um resultado feliz. O golo madrugador, apontado por Nani, logo aos 5’, contribuiu para acalmar a selecção, que se apresentou em Belgrado com sete novidades na equipa titular, face ao jogo com a Dinamarca, em Braga (1-0), na última quinta-feira, onde já havia carimbado o apuramento e o primeiro lugar do Grupo I. Depois de ter controlado (mas não dominado) o primeiro tempo, a equipa de Fernando Santos tremeu demasiadamente na segunda metade, recuando muito no terreno e acabando por sofrer o golo do empate. Mas, a 20 minutos do final, o técnico português retirou da cartola João Moutinho e o médio do Mónaco, que já havia sido decisivo na partida com os nórdicos, correspondeu instantes depois e resolveu o que parecia estar muito complicado.

Sem nenhuma vitória em Belgrado nos últimos quatro anos e a cumprir calendário nesta qualificação, a Sérvia entrou na partida determinada em mostrar que merecia um outro destino neste apuramento para o Euro. Mas, se em termos de individualidades, a selecção balcânica tem realmente argumentos convincentes, já colectivamente continua sem deslumbrar. Nos instantes iniciais criou duas situações de perigo, mas foi surpreendida no primeiro ataque português. Mérito para uma grande jogada de Danny (que fez o papel de Ronaldo nesta partida), a ultrapassar com classe um adversário e a rematar para uma defesa incompleta de Stojkovic, com Nani a surgir para a recarga e a inaugurar o marcador. Foi o golo mais rápido de Portugal nesta qualificação.

A reacção sérvia foi tímida, até porque a equipa de Fernando Santos procurou manter a bola longe da sua área, com um meio campo pressionante, mas menos inspirado na circulação de bola e com escassas veleidades atacantes. A partir da meia-hora, o conjunto da casa colocou mais intensidade na partida e criou duas boas oportunidades (32’ e 37’) para empatar, mas Rui Patrício esteve à altura.

As maiores dificuldades para os portugueses estavam reservadas para o segundo tempo. Portugal passou a defender muito perto da sua grande área e os calafrios tornaram-se frequentes. Sem grande surpresa, o golo sérvio surgiu aos 65’, após um cruzamento rasteiro de Kolarov, na esquerda, que encontrou Zoran Tosic solto de marcação na área. O médio do CSKA de Moscovo (o melhor sérvio em campo) aproveitou a benesse para rematar para o fundo das redes.

O empate não trouxe grandes alterações à lógica da partida, com o meio-campo português a acusar crescente desgaste físico e incapacidade para suster o adversário. Fernando Santos procurou emendar, trocando Miguel Veloso por João Moutinho, aos 70’, e foi feliz. Oito minutos depois de entrar, o médio recolheu à entrada da área um cruzamento de Eliseu, teve tempo de preparar um remate em arco, com o pé direito, que entrou junto ao poste esquerdo da baliza de Stojkovic. Sem fazer muito por isso, a selecção nacional voltava ao comando do marcador.

Depois, os sérvios deram uma ajuda para descomplicar os instantes finais. Aos 80’, Kolarov, que acabara de dar lugar a Obradovic, foi expulso, no banco, por protestos, e, logo depois seria Matic a ver o vermelho directo a punir uma agressão a André André. Ao desnorte dos jogadores balcânicos, respondeu Portugal com oportunidades de golo, a maior foi protagonizada por Nani, aos 86’, valendo Stojkovic para impedir o terceiro dos visitantes.

O apito final chegou pouco depois, com Portugal a garantir a sétima vitória tangencial neste apuramento e com Fernando Santos a superar Luiz Felipe Scolari como o treinador que mais triunfos consecutivos alcançou ao serviço da selecção em jogos oficiais. Agora é tempo de afinar a lista dos jogadores que estarão consigo em França no próximo ano.

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