Paris foi um déjà vu para Portugal

A selecção voltou a controlar o seu adversário, mas continua sem vencer no Euro 2016. Com uma noite para esquecer em Paris, Ronaldo falhou um penálti

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O que é que se pode dizer de uma selecção que em dois jogos remata por 50 vezes, consente que os rivais façam apenas sete disparos na direcção da sua baliza e, mesmo assim, não consegue vencer nenhuma das partidas? Quando parecia que seria difícil que se repetisse o que aconteceu quatro dias antes, em Saint-Étienne, neste sábado, em Paris, houve um déjà vu para Portugal. Exibindo a mesma ansiedade, a selecção nacional dominou por completo a Áustria, desperdiçou várias oportunidades flagrantes de golo, mas nem de grande penalidade conseguiu marcar. Para Cristiano Ronaldo, a partida em que se tornou o jogador português mais internacional de sempre foi para esquecer. Dentro de três dias, em Lyon, contra a Hungria, será uma final para Portugal.

Fernando Santos tinha dito na antevisão do segundo jogo da selecção no Euro 2016 que mantinha “as sensações de grande confiança nos jogadores e de forte motivação e determinação em alcançar os objectivos”. O seleccionador português não queria repetir no final do duelo com os austríacos a “frustração” sentida após o jogo com a Islândia, e garantiu que em Paris o jogo seria bem diferente do de Saint-Étienne: “Vai ser um jogo aberto com jogadores de qualidade que vão tentar criar desequilíbrios. Vai haver mais espaço.” Na verdade, o segundo acto de Portugal em França acabou por ser uma reprise do primeiro, mas com contornos ainda mais dramáticos.

Apenas nos primeiros 15 minutos se viu a Áustria com a vocação ofensiva que Fernando Santos tinha previsto. Sem o lesionado Junuzovic, Marcel Koller, seleccionador austríaco fez David Alaba avançar no terreno, colocando o jogador do Bayern Munique bem próximo de Janko, mantendo o 4x2x3x1 habitual. Fernando Santos, pelo contrário, mexeu no sistema de jogo.

Confirmando o que se previa, William Carvalho e Ricardo Quaresma foram as novidades no “onze” português, mas o seleccionador surpreendeu ao trocar o 4x4x2 em que vinha apostando praticamente desde que assumiu o comando da equipa nacional. Com o desejado trio Quaresma-Nani-Ronaldo em campo, o 4x3x3 de outros tempos voltou ao activo, com Nani a jogar quase sempre no centro.

A metamorfose portuguesa fez com que nos primeiros minutos os jogadores nacionais parecessem perdidos em campo. Com Alaba, Harnik e Arnautovic a encontrarem muito espaço entre linhas, Portugal sentiu dificuldades nos minutos iniciais e parecia que o duelo no Parque dos Príncipes seria mesmo aberto e repartido. Mas o atrevimento inicial austríaco durou pouco e o jogo rapidamente passou a ser quase de sentido único: a baliza de Almer. Nani, aos 6’ e 12’, deixou as primeiras ameaças e, aos 22’, deu-se início a uma noite em que tudo correu mal a Cristiano Ronaldo: Nani e Guerreiro desenharam uma jogada perfeita, mas em excelente posição, o capitão português rematou ao lado.

Tal como tinha acontecido na primeira parte contra a Islândia, Portugal conseguia circular a bola, empurrava o rival para dentro da sua área e criava excelentes oportunidades: aos 29’, Nani rematou de cabeça ao poste.

Cumprida a primeira meia hora, a estatística era esclarecedora sobre o que se passava em campo: 61%-39% em posse de bola; 10-1 em remates; 6-0 em cantos; 3-0 em oportunidades claras de golo. Vantagem em tudo para Portugal, menos no mais importante: no resultado, a Áustria conseguia segurar o empate.

Com apenas uma boa oportunidade na primeira parte (Vieirinha evitou o golo de Harnik aos 41’), os austríacos até entraram bem no segundo tempo e bastaram 37 segundos para Harnik, o melhor da Áustria a par do guarda-redes Almer, obrigar Rui Patrício à primeira e única defesa em todo o jogo.

A supremacia, no entanto, continuou a ser portuguesa e aos 55’ houve o primeiro momento à CR7: com um remate forte de fora da área, Ronaldo obrigou Almer a uma boa defesa e na sequência do canto, o guarda-redes voltou a evitar o golo ao avançado nacional. O tempo, porém, começa a escassear e a ansiedade voltava a ser notada em quase todos os portugueses. Em contra-relógio, Fernando Santos trocou o apagado Quaresma por João Mário, tentando fazer o 4x4x2, mas a Áustria estava mais cómoda no jogo e, mesmo sendo inofensiva no ataque, passava por menos apuros na defesa. Até que, aos 79’, o pequeno Raphaël voltou a ser Guerreiro e após ganhar a linha na esquerda, colocou na área onde Hinteregger placou Ronaldo. Penálti claro e os adeptos portugueses respiravam de alívio, mas o 25.º remate de Portugal acabou no poste e, tal como o resultado, Portugal fica com margem zero para o último jogo no Grupo F: dentro de três dias, em Lyon, é obrigatório vencer a Hungria para não haver contas.

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