Cristiano Ronaldo, o super-herói

Três golos do capitão garantiram à selecção nacional o bilhete para o Brasil. Ibrahimovic chegou a assustar, mas a noite era de Ronaldo.

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Ronaldo marcou os quatro golos de Portugal nesta eliminatória com a Suécia JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Pela sexta vez no seu historial, a selecção portuguesa qualificou-se para a fase final do Mundial de futebol, após ter derrotado, esta terça-feira, a Suécia por 3-2 em Estocolmo, no jogo da segunda mão do play-off de apuramento, depois do triunfo por 1-0 em Lisboa.

A qualificação de Portugal para o Mundial 2014 tem um nome, e esse nome é Cristiano Ronaldo. O avançado do Real Madrid apontou os três golos da vitória (2-3) sobre a Suécia e assegurou à equipa nacional uma vaga no Brasil. No que diz respeito à selecção portuguesa, as preces podem ser dirigidas a uma qualquer divindade, mas quem responde é Cristiano Ronaldo, o super-herói.

Com o hat-trick em Solna, igualou Pauleta na liderança da tabela de melhores marcadores da história da selecção. E deu razão à confiança “inabalável” de Paulo Bento. Quem tem Cristiano Ronaldo, tem uma enorme vantagem competitiva.

Portugal disputará, no ano que vem, a oitava fase final consecutiva de grandes competições. Obrigada a jogar o play-off pela terceira ocasião seguida, a equipa de Paulo Bento emendou os erros cometidos durante o torneio de qualificação e garantiu, com indiscutível mérito, um lugar entre os 32 finalistas do Mundial 2014. Ibrahimovic tentou remar contra a maré, mas sozinho nada podia fazer.

Velocidade, potência muscular e instinto matador. Cristiano Ronaldo foi a estrela mais brilhante sobre o relvado da Friends Arena, mostrando-se imune a qualquer estratégia de desestabilização que houvesse por parte dos suecos. E foram muitas: desde música à chegada a barulho de madrugada, junto ao hotel onde a equipa ficou alojada. O madeirense contrariou a fé sueca e aumentou um pouco mais a dimensão do seu estatuto lendário.

Paulo Bento tinha na manga uma enorme surpresa para o encontro decisivo do play-off: o técnico deu a titularidade na frente do ataque a Hugo Almeida, em detrimento de Hélder Postiga, relegado para o banco de suplentes. Já Erik Hamrén apresentou exactamente a mesma equipa que alinhou de início no Estádio da Luz.

A equipa nacional não conseguiu disfarçar algum desconforto nos primeiros minutos do encontro, mas assim que começou a sentir-se mais cómoda assumiu o comando da partida. Empurrada pelas bancadas, a Suécia foi superior na fase inicial, mas, a partir dos 15 minutos, Portugal esteve por cima na partida, conseguiu expor as limitações do adversário, e só não foi para o intervalo em vantagem porque faltou pontaria e o guarda-redes sueco fez o que lhe competia.

Sem sequer colocar muita velocidade na partida, a selecção foi a equipa mais perigosa nos 45’ iniciais, enquanto os suecos sentiram dificuldades para entrar na área defensiva portuguesa.

Os golos chegaram na segunda parte, cortesia das grandes figuras de cada equipa. Cristiano Ronaldo, lançado em velocidade, deu vantagem a Portugal no arranque do segundo tempo (50’) e silenciou as bancadas da Friends Arena. Mas um homem que conhece bem os cantos à casa deu motivos aos adeptos suecos para voltarem a acreditar. Zlatan Ibrahimovic “bisou” (68’ e 72’) em quatro minutos (foi o 12.º golo em sete jogos no moderno recinto) e a fé escandinava voltou.

Apesar de estar a vencer no jogo, a vantagem na eliminatória ainda era portuguesa. Paulo Bento quis segurar o meio-campo e proporcionou a estreia a William Carvalho. O desenrolar da partida daria razão ao técnico, porque o médio do Sporting foi importante na fase final.

Mas o protagonismo foi de Cristiano Ronaldo. Aproveitando o balanceamento atacante dos suecos, o capitão da equipa nacional desferiu mais um golpe no adversário aos 77’, num lance semelhante ao do primeiro golo. E o golpe de misericórdia nas aspirações da Suécia chegou dois minutos depois. Hat-trick para Cristiano Ronaldo e liderança na tabela de melhores marcadores da selecção, a par de Pauleta.

Nas grandes ocasiões, as grandes figuras aparecem. Foi o caso de Cristiano Ronaldo neste play-off, ao apontar um golo em Lisboa e três em Solna. As perspectivas só podem ser as melhores para 2014, no Brasil, mesmo que Portugal saiba de antemão que não vai ter estatuto de cabeça-de-série no sorteio.

 

 

 

 

 

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