Pinto da Costa nunca mudou de treinador depois de Janeiro

Alterar o técnico com a temporada a decorrer é mais excepção que regra no FC Porto das últimas décadas.

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Paulo Fonseca: "Quero dar os parabéns ao Jorge Jesus, que conseguiu jogar em três campos" Fábio Poços/NFactos

Nos quase 32 anos em que é liderado por Pinto da Costa, o FC Porto fez apenas seis mudanças de treinador na sua equipa de futebol com a época já a decorrer e nenhuma para lá de Janeiro. Olhando para esta tendência de estabilidade, não admira, por isso, que o presidente portista e a sua direcção tenham segurado Paulo Fonseca após a derrota com o Estoril, apesar da insatisfação dos adeptos por causa dos maus resultados, das más exibições e do atraso para a concorrência na corrida pelo título nacional.

Na quinta-feira, o clube terá um jogo decisivo em Frankfurt para a sua sobrevivência na Liga Europa e, presume-se, importante para a posição de Paulo Fonseca, que nesta segunda-feira orientou o treino da equipa. A resposta que a equipa der contra o Eintracht, na Alemanha, onde terá forçosamente de conseguir marcar para seguir em frente, aliviará ou aumentará a pressão sobre a os jogadores e o homem que os comanda.

Os "azuis e brancos" estão para já a cumprir uma época abaixo das expectativas, mas mudar nesta fase adiantada da temporada será inédito na era Pinto da Costa. A saída de Víctor Fernández, em 2005, foi a mais tardia desde que Pinto da Costa passou a ocupar o cargo máximo do clube, em Abril de 1982. O espanhol não resistiu à derrota em casa com o Sporting de Braga, a 30 de Janeiro, numa altura em que a equipa só tinha vencido nove dos 19 jogos realizados no campeonato (e 12 dos 29 em todas as provas).

Janeiro foi também o mês em que se consumaram as saídas de Tomislav Ivic, em 1993-94, e Octávio Machado, em 2001-02. Estas foram duas das três mudanças que Pinto da Costa operou, com a temporada em curso, nos primeiros 22 anos da sua presidência. A outra, a primeira, aconteceu com a troca de Quinito, que não sobreviveu a um mau arranque em 1988-89 e orientou o seu último jogo no final de Outubro antes de ser substituído por Artur Jorge.

Mas para todos os efeitos, a época mais atípica foi a de 2004-05. Luigi del Neri não passou da pré-época e Víctor Fernández durou apenas seis meses, entrando José Couceiro para o seu lugar até final da temporada. Em Agosto de 2006,

Co Adriaanse, que tinha ganho campeonato e Taça de Portugal na época anterior, demitiu-se a poucos dias de começar a Liga. A troca do holandês por Jesualdo Ferreira foi a única das mudanças no banco que resultaram na conquista do título para o FC Porto no final dessa mesma temporada. No entanto, nos outros casos, teve sempre sucesso na época seguinte.

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