Estado de saúde de Pelé é clinicamente "instável"

O antigo futebolista brasileiro foi transferido para uma unidade de cuidados especiais.

Foto
Pelé está internado num hospital de São Paulo CAIO LEAL/AFP

O estado de saúde de Pelé, considerado por muitos como o melhor jogador de futebol de todos os tempos, agravou-se nesta quinta-feira o que levou o hospital Albert-Einstein, de São Paulo, a transferir o ex-futebolista, de 74 anos, para uma unidade de cuidados especializados, onde a sua evolução clínica será acompanhada. Ao final da noite no Brasil (já madrugada em Portugal), o hotel disse que Pelé tinha melhorado, mas continuava nos cuidados intensivos, a tratar uma infecção renal.

No boletim médico divulgado quarta-feira pelo hospital, informava-se que o estado de saúde de Pelé era “estável”, embora não fosse avançada qualquer data para uma eventual alta. Nesta quinta-feira, contudo, a informação disponibilizada pelo hospital Albert Einstein indicava que Pelé mantinha-se internado “com instabilidade clínica”, revelando ainda que Edson Arantes do Nascimento “foi transferido para ser monitorado em uma unidade de cuidados especiais”.

Pelé deu entrada naquela unidade hospitalar no dia 12 de Novembro, devido a uma indisposição estomacal. Os exames realizados na altura detectaram a existência de pedras renais, ureterais e vesicais, levando a que o antigo futebolista fosse submetido a uma intervenção cirúrgica no dia 13. A alta surgiu dois dias depois.

Contudo, Pelé voltou a ser internado na última segunda-feira no mesmo hospital por lhe ter sido detectada, num exame de rotina efectuado alguns dias depois lhe terem sido retiradas as pedras dos rins, uma infecção urinária. Ainda segundo a informação hospitalar, estavam a ser administrados antibióticos por via endovenosa ao craque brasileiro. O mais recente boletim clínico, no entanto, não avançou com pormenores sobre o tratamento que estava a ser ministrado ao ex-jogador.

O assessor de Pelé, José Fornos Rodrigues, optou por desdramatizar a situação, referindo que não houve nenhum agravamento no quadro clínico de Pelé e a transferência tinha sido motivada apenas para limitar o número de visitas ao jogador. “Ele estava recebendo muita gente. Aí, levantava, abraçava, sentava e é melhor limitar esses movimentos. Mas nada mudou”, disse ontem Rodrigues citado pelo jornal Folha de São Paulo.

Desde que deixou de jogar futebol, e sem contar com a mais recente operação, Pelé já foi sujeito a diversas intervenções cirúrgicas. Em 1999, ao menisco do joelho direito; em 2004, ao olho esquerdo, para corrigir um deslocamento na retina; em 2012, a uma catarata; em 2013, uma artroplastia da anca no lado direito; em 2014, na raiz nervosa das vértebras L2 e L3 da coluna.

Pelé marcou 1281 golos em 1363 jogos. Nasceu a 23 de Outubro de 1940 na cidade de três Corações, no estado brasileiro de Minas Gerais e participou em quatro Campeonatos do Mundo de futebol, conquistando três títulos mundiais ao serviço da selecção brasileira: em 1958 (quando 17 anos), em 1962 e em 1970. Ainda hoje, é o maior goleador da “canarinha”, com um total de 77 golos. O seu clube do coração foi o Santos, onde jogou durante 18 anos. No final da carreira, assinou pelo Cosmos, de Nova Iorque, onde permaneceu três temporadas.

Depois de se ter retirado do futebol, Pelé foi o rosto de numerosas campanhas publicitárias. Chegou a ministro do Desporto (1995-98) foi agraciado pela FIFA com o prémio honorário de melhor jogador. No dia 18 deste ano, o craque inaugurou um museu dedicado a si e à sua carreira, na cidade de Santos.

Sugerir correcção
Comentar