Gonçalves a subir em etapa de cambalhotas e miragens no comando

Hélder Rodrigues foi o melhor português, no quinto lugar, após penalização de M. Metge e desistência de Quintanilla.

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David Fernandez/EPA

Hélder Rodrigues, em Yamaha, foi o melhor português na décima e antepenúltima etapa do Dakar, na tirada argentina que ligou Chilecito a San Juan, num trajecto de 751 quilómetros — 449 dos quais cronometrados, divididos em dois troços —, terminando no quinto posto, a 5m46s de Joan Barreda (Honda) , vencedor na “secretaria” com 5h49m45s, após uma vitória de Metge que não passou de pura miragem.?Hélder Rodrigues superou mesmo o compatriota Paulo Gonçalves, oitavo da etapa, a 8m43s do espanhol Barreda, posição que permitiu ao piloto da Honda ascender a sétimo da geral. ?Paulo Gonçalves acabou por beneficiar da desistência de Pablo Quintanilla — vítima de queda que lhe causou um traumatismo craniano —, lamentando no final a penalização que o impede de seguir no segundo lugar da geral.

“Foi um dia extremamente difícil, uma etapa muito completa, com muita navegação, muito técnica. Conseguimos ascender mais um lugar na geral. Faltam dois dias, confesso que gostava de estar no pódio. Não fosse a penalização e estaríamos em segundo, mas vou continuar a fazer o meu trabalho até ao último dia para terminar da melhor forma este Dakar”, escreveu Paulo Gonçalves no Facebook.

O espanhol Joan Barreda, que na realidade acabou a prova atrás do francês Michael Metge, beneficiou igualmente da penalização de uma hora imposta ao também piloto da Honda (que acabou por cair para 24.º da etapa e para 17.º na geral). ?Feitas as devidas rectificações, Barreda viu ser-lhe atribuída a vitória, ainda que por menos de meio minuto de vantagem sobre Stefan Svitko (KTM), que precisou de apenas mais 24 segundos para cortar a meta. ?No final da tirada, o eslovaco teve que ser transportado para o hospital com sintomas de esgotamento físico, confirmando a reputação de “quebra braços, ombros e pernas” da especial.

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Na frente das motos, mesmo tendo perdido 17m06s para Barreda, após cortar a meta em 12.º lugar, o britânico Sam Sunderland lidera a classificação geral com 28h07m59s, seguido de Walkner (a 30m01s) e Farres Guell (a 38m43s). ?Posição que, apesar de aparentemente “confortável”, pode vir a ficar seriamente ameaçada caso seja confirmado o recurso da Honda, já que Barreda, apesar de seguir no quinto posto (a 53m47s), ainda poderá assumir a liderança caso veja a penalização de uma hora, imposta na quarta etapa (por abastecimento em zona proibida), ser-lhe retirada.

Tal como nas motos, também nos automóveis o triunfo do francês Sebastien Loeb (Peugeot) acabou por ser corrigido pela organização, que atribuiu a vitória a Stéphane Peterhansel, reajustando o tempo despendido pelo francês enquanto prestava assistência ao motard esloveno Simon Marcic, com fractura de uma perna após colisão.

Peterhansel, que concluiu a etapa a 6m45s de Loeb, acabou por ficar com um registo de 7m28s mais rápido do que o compatriota. Na geral, os 14m13s creditados a Peterhansel valeram uma alteração no comando, com Loeb a cair para segundo, a 5m50s do companheiro de equipa, já com o também francês Cyril Despres, o outro piloto da Peugeot, a 25m40s.     

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