A selecção portuguesa está em vantagem sobre a Suécia no play-off de apuramento para o Mundial 2014, mas Paulo Bento não admite que a equipa entre nesta terça-feira (19h45, RTP1) na Friends Arena a jogar com o resultado obtido na Luz. O técnico confessou que tem uma confiança “inabalável”, disse que dormirá tranquilo e deixou claro: “Independentemente daquilo que aconteça, amanhã [hoje] será motivo de orgulho e satisfação”.

Se a atitude da selecção nacional quando entrar esta noite em campo frente à Suécia, na segunda mão do play-off de apuramento para o Mundial 2014, corresponder àquela assumida pelo técnico Paulo Bento, será uma equipa determinada e confiante que se vai ver na Friends Arena, em Solna. O seleccionador nacional orientou na quinta-feira o último treino da equipa antes da partida decisiva, que Portugal enfrenta com o relativo conforto da vantagem (1-0) obtida na sexta-feira, no Estádio da Luz. Na antevisão do encontro, Bento garantiu que tem uma confiança “inabalável” na presença da equipa nacional no Brasil, no próximo ano.

“[Este jogo] é muito importante. Não fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para resolver a situação antes. A primeira parte deste jogo foi muito boa. E tenho uma confiança inabalável que amanhã [hoje] também será”, confessou. “É importante marcar. A nossa estratégia passa por tentar ganhar o jogo. Neste momento temos vantagem de um golo. Não é uma vantagem larga ou confortável, mas é uma vantagem”, sublinhou Paulo Bento para explicar que, se a equipa se limitar apenas a defender, expõe-se ao ataque sueco: “Queremos ter a bola, dominar e ganhar. Se formos só defender será um risco. Quanto mais perto estivermos da nossa área, mais perigoso se torna o adversário. Tem jogadores muito fortes no jogo aéreo.”

O “onze” inicial não deverá sofrer alterações, admitiu também o seleccionador nacional, repetindo a mensagem que já tinha transmitido antes do jogo na Luz: a Suécia não é só Ibrahimovic. “O nosso respeito pela equipa da Suécia é enorme. Sabemos o valor e qualidade que tem. Toda a equipa, tal como no jogo da primeira mão, deve fazer parte do nosso plano defensivo”, disse. O resto, prosseguiu, será adaptação aos desafios que os suecos vão colocar. “É uma equipa com identidade, que pratica um futebol ofensivo, muito directo, e que tentará envolver mais gente no ataque”, analisou.

Nas sete partidas realizadas desde a inauguração da Friends Arena, a Suécia obteve quatro vitórias, um empate e duas derrotas. Sete jogos nos quais Zlatan Ibrahimovic marcou dez golos. No entanto, se Portugal conseguir chegar à vantagem, deixará as coisas praticamente resolvidas (a Suécia estará, depois, obrigada a marcar três vezes para passar a eliminatória). O apelo de Paulo Bento é que a equipa não relaxe, nem mesmo se ficar em vantagem no marcador: “Os jogadores sabem que o facto de fazermos um golo não significa que as coisas estejam resolvidas.”

O sono tranquilo de Bento
“Independentemente daquilo que aconteça, será motivo de orgulho e satisfação”, frisou Paulo Bento em jeito de balanço da qualificação para o Mundial 2014. E disse que a possibilidade de falhar a ida ao Brasil não lhe tira o sono. Nem a hipótese de terminar a ligação à equipa nacional. “Dormirei sem pedir nada ao médico. Não preciso de colocar o meu lugar à disposição, porque a Federação tem uma cláusula desde o início, que quando o objectivo não tiver sido concretizado pode fazê-lo. Mas é algo que não me preocupa”, garantiu.

E o técnico não deixou de admitir que uma presença da selecção no Campeonato do Mundo do Brasil (será a sexta numa fase final da prova, depois de 1966, 1986, 2002, 2006 e 2010) será importante dada a situação económica do país: “Deve ser mais um factor de motivação. Não que o futebol vá resolver todos os problemas, mas pode ajudar a que as pessoas estejam mais alegres.”

Nas declarações que fez à imprensa, o seleccionador sueco vincou a urgência de os nórdicos fazerem um golo. “É verdade que temos de marcar. Portugal tem uma boa equipa, com individualidades que podem decidir o jogo e por isso não podemos partir de forma desenfreada para o ataque desde o início do encontro, pois eles podem punir-nos”, avisou Erik Hamrén. “Espero um jogo muito difícil e com incerteza até ao apito final. Em Lisboa defendemos, mas temos de fazer melhor quando tivermos a bola. Se o fizermos estaremos mais próximos de marcar”, acrescentou.