Paulo Bento: “A pressão de vencer existe sempre”

O seleccionador nacional acredita na vitória sobre o Azerbaijão, num jogo de apuramento para o Mundial 2014.

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Discurso de confiança do seleccionador nacional Francisco Leong/AFP

O empate (3-3) com Israel já lá vai e agora as energias da selecção nacional estão concentradas na partida de terça-feira (17h, RTP1) frente ao Azerbaijão. O seleccionador nacional, Paulo Bento, disse na antevisão do encontro que os jogadores estão habituados à pressão e que vão fazer tudo para somar três pontos.

“A pressão de vencer existe sempre. Não se prepara nenhum jogo que não seja para vencer. Procuramos vencer qualquer jogo, é a ambição de uma equipa que quer estar no Mundial 2014. Os jogadores estão habituados à pressão”, sublinhou o técnico.

Sobre a situação complicada de Portugal no Grupo F de apuramento para o Mundial 2014 – a equipa nacional é terceira classificada, com oito pontos (os mesmos de Israel, que se mantém no segundo posto, e menos quatro que a líder Rússia, que tem menos um jogo) –, Bento disse que é um cenário a que a selecção está habituada: “Infelizmente é um contexto que estamos habituados a viver em muitas fases de qualificação, desde as mais recentes a mais antigas. Há que conviver com a realidade que temos neste momento: um jogo amanhã extremamente importante, onde teremos de ser competentes e ambiciosos. Vamos tentar demonstrar a nossa qualidade enquanto equipa. Vamos ter algumas alterações, mas apresentaremos a melhor equipa para levar daqui os três pontos.”

Para além da ausência forçada de Cristiano Ronaldo, que se encontra castigado, o técnico admitiu fazer mais algumas mudanças. “Temos as nossas ideias alinhavadas, e até à hora do jogo terei de tomar as decisões finais. Não iremos fazer demasiadas alterações; [a saída de Cristiano Ronaldo] é uma alteração forçada, em função do castigo. Poderá haver mais uma ou outra”, admitiu.

“Temos dificuldade em conviver com situações que nos dão conforto”
Numa análise ao que tem sido o percurso recente da selecção nacional – Portugal não vence há cinco jogos (três empates e duas derrotas) – Paulo Bento confessou que a equipa tende a sentir-se desconfortável em determinados contextos. “Temos alguma dificuldade em conviver com situações que nos dão algum conforto. Como foi a situação em Israel, quando estávamos a ganhar 1-0. Isto não tem a ver com atitude: volto a referir que, em termos de treino e competitivos, não tenho rigorosamente nada a apontar aos jogadores”, vincou o técnico.

Quanto aos dez golos sofridos nestes últimos cinco jogos (dois particulares, com Gabão e Equador, e três de qualificação para o Mundial, contra Rússia, Irlanda do Norte e Israel), o seleccionador preferiu relativizar. “Eu diria que o primeiro golo sofrido em Israel é o que mais me preocupa. E também o terceiro contra o Equador. Mas os golos chegam por outros motivos, muitas vezes têm a ver com a forma como atacamos e queremos tomar a iniciativa. E, de forma pontual, por um ou outro erro. Mas os dez golos não têm a mesma origem; os jogos não são todos iguais e os adversários também não. Quem marca três golos fora terá de ganhar um jogo [como aconteceu em Israel]”, apontou Bento.

“Temos feito golos em todos os jogos, e os golos sofridos acabam por nos penalizar, também em função do número de oportunidades que construímos, suficientes para fazer resultados diferentes”, afirmou o técnico.

“Postas de pescada” de Pinto da Costa
O técnico aproveitou também para responder ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa, sobre a utilização de João Moutinho em Israel. “Não foi o Moutinho a 100% que se tem visto no FC Porto”, disse o dirigente após a partida. “[João Moutinho] jogou porque quem faz o ‘onze’ na selecção nacional sou eu, não é mais ninguém. Entendemos que tinha condições para jogar e tivemos a concordância do departamento médico. Quem quiser entender isto, entende. Quem não quiser entender pode continuar a debitar as suas postas de pescada, como tem feito ao longo do tempo”, atirou Paulo Bento.

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