O Papa Francisco deu neste domingo, através do cardeal Fernando Fiolini, uma “bênção com indulgência plenária” aos milhares de participantes na Assembleia Jubilar dos 500 anos da Diocese do Funchal. E, para assinalar a efeméride, ofereceu um cálice que foi utilizado nesta celebração eucarística presidida por aquele seu enviado especial.

“A todos os participantes e fiéis manifestamos a nossa benevolência”, declarou o Papa Francisco que incumbiu o cardeal Fiolini de, em seu nome, dar “a todos a bênção apostólica”, desejando que esta” seja sinal de renovação espiritual e, no futuro, penhor de abundantes graças celestes”. Pediu ainda aos madeirenses que “rezem para que possamos cumprir frutuosamente a nossa missão de sucessor de Pedro”.

Na mensagem enviada aos madeirenses, e inserida no comunicado de nomeação do seu enviado a esta comemoração, o Papa Francisco recordou a história e importância da diocese, de onde partiram “muitos pregadores do Evangelho, que imbuídos pelo amor espiritual aos povos, se juntaram para levar a palavra do Senhor”. A nota do Vaticano explica que com o envio do cardeal Fiolini, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, o chefe da Igreja Católica pretendeu dar o maior relevo à comemoração, fazendo votos de que esta também contribua para “estimular uma fé mais fervorosa para a qual, em nossos tempos, apelou o Papa João Paulo II, quando da sua visita a esta comunidade eclesial”, a 12 de Maio de 1991.

Na homília, proferida na celebração a que assistiram membros da comunidade religiosa e autoridades regionais, o cardeal Fernando Fiolini destacou a “importante tarefa” que a diocese do Funchal, pela sua localização, desempenhou no “apoio à Igreja missionária nas terras que eram abertas ao comércio e ao conhecimento, na rota da América, África e Ásia”. Tal relevância, recordou, foi reconhecida pelo papa Leão X na bula Pro excellenti præeminentia, com que fundou a diocese.

A diocese do Funchal foi a primeira diocese portuguesa da Igreja Católica instituída fora do continente europeu, na sequência das viagens marítimas de descoberta que potenciaram a experiência de globalização. Criada em 12 de Junho de 1514, através da bula Pro excellenti præeminentia do papa Leão X, após a elevação da vila do Funchal ao estatuto de cidade pelo Rei D. Manuel, a nova diocese foi 19 anos mais tarde, em 31 de Janeiro de 1533, elevada à dignidade arquidiocesana.

A diocese do Funchal tornou-se, durante 22 anos, a maior arquidiocese metropolitana do mundo, tendo como sufragâneas as dioceses do Império Colonial Português nos Açores, Brasil, África e Oriente. Depois desmembrou-se nas dioceses de Angra, de Cabo Verde, de São Tomé e de São Salvador da Bahia. Até começos do século XX, os bispos do Funchal usaram o título de Bispos da Madeira, do Porto Santo, das Desertas e de Arguim.