Paços de Ferreira aguenta com a pressão, a ansiedade e o Sporting

Um golo de Tony deixou os pacenses a apenas dois pontos de garantirem a presença na Champions. Com esta derrota, os “leões” complicam as contas “europeias” e ficam à espera de uma ajuda do Benfica.

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O Paços está cada vez mais próximo da Liga dos Campeões Miguel Riopa/AFP

Começa a ser difícil adjectivar a época do Paços de Ferreira. Sem salários em atraso e com um orçamento que não chega aos três milhões de euros, os pacenses deram um gigantesco passo para alcançar uma proeza inimaginável: um lugar na Liga dos Campeões. Frente ao Sporting, que viu a Liga Europa novamente complicar-se, a equipa de Paulo Fonseca venceu com um golo de Tony e fica a precisar de apenas dois pontos para garantir o 3.º lugar.

Num campeonato, que para muitos, no início da época, apenas seria possível na playstation, o Paços de Ferreira já leva 17 pontos de vantagem sobre o Sporting.

Com a melhor classificação de sempre garantida e cada vez mais perto da Liga dos Campeões, os pacenses eram, segundo Jesualdo Ferreira, favoritos. O treinador empurrou a “pressão” e a “ansiedade” para o campo contrário, mas a responsabilidade maior era dos “leões”.

Apesar das boas notícias que chegaram de Olhão e Aveiro, o Sporting começou a partida no 8.º lugar e, com a vitória do V. Guimarães, evitar a pior classificação de sempre é cada vez mais complicado: os “verdes e brancos” nunca ficaram fora do top-5 e, a última vez que terminaram no 5.º lugar, na época 75-76, tinham no plantel Inácio e Jorge Jesus.

O jogo começou com ascendente pacense, mas a primeira oportunidade foi do Sporting. Aos 18’, Ricardo fez um atraso para Cássio, o brasileiro teve dificuldade em controlar a bola com os pés, mas após um toque de Wolfswinkel, o guarda-redes agarrou a bola. Erradamente, Proença marcou falta a 11 metros da baliza. Na cobrança, Rojo rematou contra a barreira.

Apesar do susto, o Paços manteve a serenidade. Com um futebol rendilhado, os pacenses surgiam com assiduidade perto da baliza de Patrício.

Embora tivesse menor protagonismo, o Sporting atacava sempre que podia e André Martins, aos 37’, desperdiçou uma boa oportunidade.

Na segunda parte o jogo mudou. Jesualdo acertou algumas posições e o Sporting passou a mandar. A partida, porém, perdeu qualidade e a monotonia apenas foi quebrada aos 62’: Cássio derrubou Wolfswinkel na área, os sportinguistas pediram penálti, mas Pedro Proença não assinalou. O Paços parecia contentar-se com o empate e não criava perigo, mas aos 75’ acabou por chegar ao golo: Josué, na cobrança de um livre, rematou ao poste e Tony, na recarga, cabeceou para a baliza vazia.

O Sporting ainda pareceu ter forças para reagir e, três minutos depois, Carrillo obrigou Cássio a fazer uma grande defesa. No entanto, a reacção dos “leões” ficou por aí. Com maturidade q.b, o Paços amarrou a partida e segurou três pontos que valem ouro. O Sporting fica a torcer por uma vitória do eterno ríval Benfica contra o Estoril.

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