Chegou Pablo Osvaldo. Óculos escuros, calções pretos, tatuagens a cobrir os dois braços, cabelo longo apanhado e uma longa t-shirt branca. Calmo e descontraído, assim aterrou na cidade do Porto nesta terça-feira. Na bagagem, além da promessa de golos, o avançado trouxe uma guitarra. Será música para os ouvidos de Julen Lopetegui? É esse o desejo dos sócios e adeptos do FC Porto. Cumpridas as formalidades – exames médicos e assinatura de contrato –, o internacional italiano foi confirmado nesta quarta-feira como mais um reforço para esta época, depois de Iker Casillas, Maxi Pereira, André André, Sérgio Oliveira, Danilo Pereira, Imbula e Bueno.

O jogador de 29 anos é o avançado escolhido pela SAD “azul e branca” para ocupar a vaga deixada em aberto por Jackson Martínez, que foi contratado pelo Atlético Madrid por 35 milhões de euros. Ainda não são conhecidos todos os contornos do negócio, mas o atleta deverá chegar ao clube da cidade “Invicta” por empréstimo de uma época do Sud America, do Uruguai. Já nesta quarta-feira, o FC Porto confirmou a contratação, publicando nas redes sociais uma foto do jogador com a camisola número 10 dos portistas.

Na semana passada, o ponta-de-lança assinou contrato com a equipa uruguaia, emblema que deverá, agora, manter uma percentagem sobre os direitos do italo-argentino.

Pablo Daniel Osvaldo, que nasceu na Argentina mas que representa a selecção italiana – 14 internacionalizações –, tem uma carreira marcada por golos, polémicas (muitas) e uma consequente dança de clubes. Tudo começou em 2005, altura em que deu os primeiros pontapés na bola ao serviço dos argentinos do Huracán. Bastou uma época e 33 jogos, em que apontou 11 golos, para despertar a cobiça de clubes europeus. Transferiu-se para a Atalanta, em Itália, passando posteriormente pelo Lecce, Fiorentina e Bolonha. Em 2009, mudou-se para a Catalunha, onde, ao serviço do Espanyol, marcou 22 golos em 47 encontros.

Fruto do bom trabalho realizado em Espanha, foi contratado pela Roma. E foi na capital italiana que se tornou conhecida a faceta “terrible” do ponta-de-lança. Em Novembro de 2011, Osvaldo esmurrou no balneário o colega de equipa Erik Lamela, porque este não lhe tinha passado a bola. A partir daí, passou a ser assobiado pelos adeptos “giallorossi”. A situação tornou-se incontrolável e o avançado foi vendido ao Southampton por um valor a rondar os 17 milhões de euros.

Em Inglaterra, mais polémicas marcaram o seu percurso. Num treino dos “saints”, o italo-argentino terá agredido com uma cabeçada o português José Fonte, após um lance mais “quente” com o defesa-central. Osvaldo não voltou a jogar pelos ingleses e foi emprestado à Juventus. Venceu o “scudetto” mas acabou por não permanecer em Turim e foi emprestado ao Inter. A estadia em Milão estava a correr da melhor forma mas o feitio de “bad boy” voltou a trair o avançado. Discutiu com o então colega de equipa Mauro Icardi, faltou a um treino e foi despedido.

Sem espaço em clubes europeus, decidiu regressar à Argentina para cumprir um sonho de criança: jogar pelo Boca Juniors. Ainda marcou seis golos em 14 partidas, mas a passagem pelos “xeneizes” foi fugaz. Alegando problemas pessoais, o atacante, que realizou o último jogo a 1 de Junho, na derrota do Boca diante do Velez Sarsfield (0-2), recusou renovar com o clube de “La Bombonera”.

Fã de rock – “Estudo guitarra e piano”, revelou numa entrevista à Gazzetta dello Sport -, Osvaldo terá no FC Porto o 12.º clube na sua carreira.