Os mosqueteiros portugueses querem mostrar-se em Peniche

Surfistas nacionais querem mostrar o valor na etapa portuguesa do circuito mundial.

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Tiago “Saca” Pires quer mostrar o seu melhor surf Tiago Machado

A etapa de Peniche do circuito mundial de surf vai contar pela primeira vez com três portugueses, que querem aproveitar a proximidade do “sonho” de estar entre a elite para mostrar o valor. Os wild-card Vasco Ribeiro, Frederico Morais e Tiago Pires chegam ao Moche Rip Curl Portugal, na décima e penúltima etapa do circuito, entre terça-feira e 31 de Outubro, com experiências diferentes, mas com o objectivo comum de surpreender.

“É uma excelente oportunidade competir no circuito mundial em casa, é muito bom, espero que as ondas estejam boas para poder fazer o meu surf. Supertubos é uma onda que eu costumo surfar bastante, agora resta saber como é contra os melhores do mundo, só isso já é um prazer”, afirmou o campeão do mundo de juniores. Vasco Ribeiro, 37.º do ranking de qualificação, vai estrear-se em provas do circuito mundial, com a ambição de mostrar que tem lugar entre a elite: “Gostava de passar uns ‘heats’ e mostrar que é aqui que eu posso estar.”

Frederico Morais ainda detém o melhor resultado de um português nas etapas de Peniche do circuito mundial, em 2013, quando chegou à terceira eliminatória, depois de ter afastado o norte-americano Kelly Slater na repescagem, mas agora encontra alguma dificuldade em definir objectivos. “A expectativa é difícil de dizer. Depois de 2013 acabo por ter outra oportunidade única que vou ter de agarrar com tudo, dar o meu melhor e representar Portugal ao mais alto nível, sem pressão alguma e a desfrutar do meu surf”, frisou “Kikas”, 54.º da mesma hierarquia.

Enaltecendo a oportunidade de estar “entre os melhores, a competir nas melhores ondas e no melhor evento de Portugal”, Frederico Morais prometeu dar tudo, assumindo-se consciente de que é possível derrotar os residentes do circuito. “Acho que temos surf para ganhar, estamos ao nível deles, este é o nosso sonho, o nosso objectivo e temos de estar preparados para enfrentar os melhores do mundo”, rematou.

‘Kikas’ atestou o “nível enorme” do surf português, ambicionando que este se torne ainda maior. “Espero que daqui a uns anos não sejamos três wild-card mas sim três residentes no circuito”, sublinhou.

Depois de sete anos no circuito, Tiago “Saca” Pires volta a encontrar-se com os “top-34” em Peniche, tendo falhado por lesão a etapa lusa em 2013. O surfista português nunca venceu uma bateria em Peniche, e, em cinco presenças, foi eliminado por quatro vezes na segunda ronda e uma na primeira, em 2009. “Está diferente, realmente sinto que não faço parte, sou apenas um convidado, porque não venho com o embalo competitivo de cinco ou seis campeonatos. Mas Supertubos é uma prova muito imprevisível, que gera muitas surpresas, por isso, calculo que, por muito em forma que estejas, podes ser surpreendido por outro surfista que esteve no sítio certo à hora certa. Como me aconteceu às vezes, por isso, acho que tudo é possível, e vou tentar chegar o mais longe possível”, explicou.

“Saca” quer aproveitar a descontracção competitiva para mostrar o seu melhor surf. “O meu objectivo é surfar relaxado, sem o nível de pressão que tinha nos outros anos, quando tremia bastante e não conseguia mostrar o que tinha para dar e este ano o espírito é deixar o meu surf falar por si”, salientou.

O surfista da Ericeira, 89.º da hierarquia de qualificação, elogiou a presença de três portugueses no Moche Rip Curl Portugal, destacando a oportunidade dada a Vasco Ribeiro e Frederico Morais. “Acho que é muito bom, porque é uma grande experiência para eles, porque sentem que estão a tocar no sonho, estão a desmistificar muita coisa, que é muito importante para o desenvolvimento deles como atletas. Eles têm muito talento e podem causar surpresas aqui em Peniche”, concluiu.

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