Os candidatos à presidência da FIFA

Os cinco homens que estão na corrida para a presidência da FIFA.

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Sepp Blatter FABRICE COFFRINI/AFP
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Luís Figo Rui Soares
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Jérôme Champagne DR
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Michael van Praag KOEN VAN WEEL/AFP
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Ali Bin Al-Hussein KHALIL MAZRAAWI/AFP

Joseph Blatter, Suíça, 78 anos
Presidente da FIFA
Depois de ter deixado a dúvida no ar, Sepp Blatter anunciou que se iria recandidatar a um quinto mandato como presidente da FIFA. Líder da FIFA desde 1998, o suíço transformou o organismo numa enorme máquina de fazer dinheiro, com lucrativos contratos no que diz respeito às transmissões televisivas e aos patrocínios. A imagem pública de Blatter tem andado muito por baixo, devido aos vários escândalos em que a FIFA está envolvida, mas tal não deverá impedir a sua reeleição para mais quatro anos. Com o programa de redistribuição de receitas por países futebolisticamente menos desenvolvidos, Blatter tem garantido um número suficiente de aliados para se manter no poder, apesar da hostilidade mais ou menos evidente de boa parte das federações europeias. A sua continuidade no cargo é altamente provável, já que tem o apoio declarado da Confederação Africana e terá boa parte dos países asiáticos, para além de contar com a maioria ou totalidade dos votos na Oceânia, América do Sul e CONCACAF (América do Norte, Central e Caraíbas).

Luís Figo
Ex-futebolista, 42 anos

Com o mais que provável abandono de David Ginola anunciado ontem, Luís Filipe Madeira Caeiro Figo será o único futebolista profissional na corrida à presidência da FIFA. Considerado um dos melhores jogadores portugueses de sempre e ainda o mais internacional ao serviço da selecção (127 jogos), Figo teve uma longa carreira recheada de títulos, começando no Pastilhas, um clube da Cova da Piedade, em Almada, de onde saiu para o Sporting. Ganhou notoriedade na formação dos “leões” e na selecção portuguesa de juniores que foi campeã mundial em 1991 e, num processo algo conturbado, transferiu-se para o Barcelona em 1995. Depois de cinco anos na Catalunha onde era idolatrado, transferiu-se para o grande rival Real Madrid, passando depois para o Inter, onde viria a terminar a carreira em 2009. Se as credenciais de Figo como jogador são amplamente conhecidas, a grande dúvida é saber o que vale como dirigente. Tem desempenhado o cargo de director de relações internacionais do Inter e tem colaborado com a UEFA, para além de gerir uma fundação com o seu nome. Para já, tem o apoio da Federação Portuguesa de Futebol e, segundo revelou ontem o “Diário de Notícias”, a sua candidatura foi subscrita também pelas federações da Polónia, Dinamarca, Croácia, Bulgária e Montenegro.

Jérôme Champagne, França, 56 anos
Ex-diplomata e ex-dirigente da FIFA

Foi o primeiro a anunciar a candidatura, em Janeiro de 2014, e será aquele que conhece melhor a FIFA. Este antigo diplomata de 56 anos tem uma larga experiência no futebol, tendo feito parte do comité organizador do Mundial de 1998 que se realizou em França, saltando, depois, para a FIFA, onde desempenhou vários cargos durante 11 anos, sendo desde sempre considerado um conselheiro próximo de Blatter. Champagne, aliás, não atinge directamente Blatter, preferindo fazer uma crítica colectiva ao organismo do qual fez parte entre 1999 e 2010. “A crise de corrupção surgiu, não na casa da FIFA em Zurique, mas com os membros que fazem parte do executivo e que foram eleitos pelas várias confederações”, diz Champagne, que, caso seja eleito, admite retirar o Mundial de 2022 ao Qatar. A campanha do francês pode, no entanto, estar condenada. Como o próprio admitia há cerca de uma semana, ainda não garantiu o apoio do mínimo de cinco federações nacionais para poder concorrer. Pelé está ao seu lado, mas este não passará de um apoio simbólico.

Michael van Praag, Holanda, 67 anos
Presidente da Federação Holandesa de Futebol

Michael van Praag tem um apelido com história no futebol holandês. O seu pai, Jaap van Praag, foi presidente do Ajax de Amesterdão e o responsável pela contratação de Rinus Michels, o treinador que iria elevar o clube holandês ao estatuto de “grande” da Europa. Tal como o pai, Michael van Praag também foi presidente do Ajax (também com enorme sucesso), antes de assumir, em 2008, a liderança da Real Federação Holandesa de Futebol. Aos 67 anos, Van Praag é o segundo mais velho na corrida à FIFA (depois de Blatter) e já declarou que, caso for eleito, apenas pretende cumprir um mandato de quatro anos à frente do organismo. O holandês já confessou que avançou para a luta porque “não houve nenhum candidato sério disposto a bater Blatter” (foi o penúltimo a anunciar a candidatura, apenas antes de Figo), ele que tem sido um enorme crítico da gestão de Blatter à frente da FIFA. Para já, foi o único a anunciar os seis subscritores da sua candidatura: Holanda, Bélgica, Suécia, Escócia, Roménia e Ilhas Feroé.

Ali Bin Al-Hussein, Jordânia, 39 anos
Membro da família real da Jordânia e vice-presidente da FIFA

O príncipe da Jordânia é o mais novo dos candidatos e, se for eleito, será o mais jovem presidente da FIFA de sempre. Tem tido uma ascendência fulgurante no futebol internacional, ocupando, desde 2011, o cargo de vice-presidente da FIFA pela Confederação Asiática de Futebol, batendo o coreano Chun Mong-joon. O príncipe Ali tem sido uma voz activa contra Blatter e chegou a ser considerado como um candidato forte, mas a aparecimento de outros nomes não o beneficia, já que não parece ter o apoio de grande parte das federações asiáticas. E se estava a contar com o apoio dos membros da UEFA, as entradas de Figo e Van Praag devem retirar-lhe muitos dos votos europeus. Para já, parece ter o apoio da federação inglesa.

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