Onze dias bastaram para Konyukhov dar a volta ao mundo e bater um recorde

O anterior recorde de volta ao mundo em balão pertencia ao norte-americano Steve Fossett.

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Fedor Konyukhov no início desta sua última viagem Reuters

Aos 64 anos, e na sua primeira tentativa, o russo Fedor Konyukhov conseguiu bater o recorde de volta ao mundo em balão ao terminar a viagem em apenas 11 dias. Para trás fica o recorde do norte-americano Steve Fossett, que tinha feito esta viagem de circum-navegação em 13 dias e meio.

Quando neste sábado, a poucas horas de o sol se pôr, o balão de Konyukhov aterrou em solo australiano, a equipa de apoio, amigos e curiosos estavam presentes em peso para o receber. Depois de uma aterragem ligeiramente atribulada, um momento de suspense: Fedor não saiu de imediato do cesto. “Pensava que ele estava desmaiado”, refere o empresário Dick Smith em declarações à ABC News. Mas pouco depois Konyukhov acabou por aparecer. “Ele está em excelente condição física. Estava só à espera que tudo estivesse calmo para sair”, explicou Smith.

Konyukhov levantou voo no dia 12 de Julho, na zona de Avon Valley, oeste da Austrália. Sobrevoou a Nova Zelândia, o Oceano Pacífico, a América do Sul, passou pelo Cabo da Boa Esperança e ainda o Oceano Antártico. A viagem, que decorreu sem incidentes, terminou este sábado numa área relativamente próxima daquela onde se iniciou, desta vez junto à localidade australiana de Bonnie Rock.

Durante a viagem, Konyukhov chegou a atingir altitudes próximas dos 10 mil metros e teve de lidar com temperaturas extremas, como 56 graus negativos, que segundo a ABC terão levado a que a água que levava consigo congelasse.

O coordenador de voo, John Wallington sublinhou que as últimas horas de viagem foram “memoráveis” realçando, no entanto, que os primeiros dez dias foram muito complicados, “por causa das trovoadas e ventos fortes que se verificaram na Antárctica e que tornaram a operação difícil”.

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O piloto durante a sua viagem Fedor Konyukhov

O aventureiro russo foi descrevendo a sua viagem em textos publicados num blogue. Numa dessas publicações, revelou ser “assustador estar tão distante da civilização”. “Este lugar é muito solitário e remoto, por baixo de mim apenas uma espessa camada de nuvens ciclónicas e a Este um horizonte negro”, completou num dos seus textos.

Não admira, portanto, que as primeiras palavras, assim que terminou a viagem e falou com os jornalistas, tenham sido sobre a terra que lhe faltou por baixo dos pés durante a maior parte do percurso. “O cheiro é lindo, o cheiro da erva é lindo. Não há cheiros lá em cima no céu”, desabafou.

No passado, Fedor Konyoukhov já tinha batido o recorde de volta ao mundo em solitário, numa embarcação de 27 metros. 

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