Onda de calor leva a recorde de abandonos no Open da Austrália

Jogadores criticam organização devido à falta de condições. Um tenista chegou mesmo a desmaiar durante o jogo.

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Australiano Bernard Tomic cumprimenta a plateia depois de uma prova REUTERS/Petar Kujundzic
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Italiano Fabio Fognini tentou refrescar-se numa fonte pública AFP PHOTO/FIONA HAMILTON
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Espectadores também desesperam com as altas temperaturas AFP PHOTO / WILLIAM WEST

A onda de calor que afecta o sudoeste da Austrália, com temperaturas acima de 40 graus, provocou um recorde de abandonos no Open de ténis, primeiro "Grand Slam" da temporada, que se disputa em Melbourne.

O croata Ivan Dodgic foi o último tenista a retirar-se do torneio, devido a cãibras, enquanto enfrentava o bósnio Damir Dzumbuer com o termómetro a marcar os 41 graus. A saída do croata junta-se à do australiano Bernard Tomic, aos alemães Tommy Haas e Julian Reister, ao cazaque Andrey Golubev, aos norte-americanos Alex Bogomolov e John Isner, ao checo Radek Stepanek, ao holandês Robin Haase e à eslovena Polona Hercog.

Com nove abandonos, o Open da Austrália igualou o recorde de retiradas numa ronda na história do ténis, depois do sucedido no Open dos Estados Unidos em 2011, e em Wimbledon em 2012.

Vários tenistas criticaram as condições em que têm de jogar e o risco que correm devido ao intenso calor que afecta os estados de Austrália do Sul e de Victoria, cuja capital é Melbourne. Nesta quarta-feira, por exemplo, às 21h30 (10h30 em Lisboa), o termómetro marcava 30 graus.

O escocês Andy Murray disse, após ganhar terça-feira ao japonês Go Soeda a mais de 43 graus, que se mostrou uma "imagem terrível" da modalidade com os árbitros, os jovens apanha-bolas e os espectadores a sucumbirem devido ao calor. Murray indicou que em outras modalidades haveria casos de atletas que sofreriam ataques cardíacos, mas a organização do torneio minimizou os riscos para a saúde.

Por seu turno, o canadiano Frank Dancevic, que desmaiou durante o jogo, qualificou de "desumano" a decisão de jogar estes jogos naquelas condições e advertiu que "até que alguém morra vão continuar e agendar encontros com este calor".

O chefe da equipa médica do torneio, Tim Wood, admitiu que há "alguns jogadores que sofreram mal-estar por problemas de calor, mas nenhum pediu uma intervenção médica importante após jogar os seus encontros".

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