Observadores dos árbitros terão acesso a vídeos de todos os jogos profissionais

A intenção do Conselho de Arbitragem é reduzir tanto quanto possível os erros de avaliação.

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Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem Tiago Machado

O cenário do sorteio dos árbitros caiu no sábado por terra, mas isso não significa que não haja novidades no sector em 2015-16. O Conselho de Arbitragem (CA) aprovou neste mês as normas de classificação dos juízes principais, assistentes e observadores para a nova época, surgindo como principal destaque o recurso aos vídeos de todos jogos da I e II Ligas para efeitos de classificação. Um cenário que já estava previsto nos regulamentos, mas que só agora contará com os meios necessários para avançar.

A ideia é aproximar o modelo utilizado daquele que é advogado pela UEFA, com o objectivo último de reduzir tanto quanto possível o número de erros de avaliação cometidos pelos observadores. Em alguns dos jogos das competições profissionais o suporte de vídeo já funcionava como meio de auxílio, sendo que a partir de agora este recurso estará disponível para todas as partidas dos campeonatos profissionais.

Na prática, os observadores, que têm um prazo limite de uma hora após o jogo para darem a nota ao árbitro, poderão, instantes depois do final de cada partida, esclarecer dúvidas sobre eventuais erros graves (grandes penalidades, cartões vermelhos mostrados ou por mostrar, lances dentro ou fora das áreas) antes de completarem a avaliação. 

O acesso às imagens de todos os jogos será igualmente uma prerrogativa da Comissão de Análise e Recurso (CAR), que passa a analisar também os encontros que não forem alvo de reclamação, fazendo uma avaliação em paralelo com a que é realizada pelo observador. O relatório decorrente dessa avaliação é posteriormente enviado para a Secção de Classificações do CA, que tratará de comparar as notas atribuídas pelo observador e pelo visionador da CAR para verificar se há divergências significativas. Em função desse juízo, a nota ou é homologada ou é aberto um processo de reclamação.

Para além desta aposta da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que assegurará por meios próprios a gravação dos jogos, há uma outra novidade, na medida em que os árbitros passarão a conhecer o grau de dificuldade competitiva dos encontros logo após o seu final.

Até agora, era prática instituída que os árbitros só tivessem conhecimento do grau de dificuldade competitiva de cada partida - um factor de ponderação na sua classificação - no final das competições, sendo que o cenário inverso, o de fornecer esta informação aos juízes antes dos jogos, é descartado porque o CA entende que representa um "factor de desestabilização".


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