O sonho da Costa Rica continua

Equipa centro-americana qualifica-se nos penáltis para os quartos-de-final às custas da Grécia de Fernando Santos. A Holanda será o próximo adversário.

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Kaylor Navas defende o penálti decisivo Damir Sagolj/Reuters
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Yves Herman/Reuters
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O golo do empate, em tempo de compensação Tony Gentile/Reuters
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Os gregos depois da eliminação Pedro Ugarte/AFP

Costa Rica e Grécia seriam duas selecções com poucas expectativas para este Mundial. Nenhuma delas tem grande historial na competição e, entre as duas, apenas os centro-americanos tinham avançado para lá da fase de grupos. Mas, depois de ter sobrevivido e prosperado num grupo com três antigos campeões do mundo (já nenhum deles está em competição), a Costa Rica continua a sua história de sonho, qualificando-se neste domingo para os quartos-de-final com um triunfo nos penáltis (5-3, depois de 1-1 em 120 minutos) sobre a Grécia de Fernando Santos, num jogo realizado no Arena Pernambuco, em Recife. Segue-se agora a Holanda, num jogo marcado para o próximo sábado, em Salvador.

Mesmo não sendo uma das equipas mais cotadas, a Grécia seria, seguramente, um adversário complicado para os costa-riquenhos. Os “Ticos”, de vocação ofensiva, teriam uma equipa grega habituada e confortável a defender já desde os tempos de Otto Rehhagel e do Euro 2004. Foi exactamente o que aconteceu. Depois de brilharem na fase de grupos, homens como Joel Campbell e Bryan Ruiz, as “estrelas” ofensivas dos centro-americanos, perderam-se na contenção da Grécia, provavelmente a única selecção sobrevivente neste Mundial com uma estratégia declaradamente defensiva.

Os primeiros 45 minutos foram soporíferos e pouco interessantes, sem nada para animar os espectadores. A única jogada que se pode descrever como oportunidade de golo aconteceu aos 36’ e para o lado da equipa de Fernando Santos. Holebas faz o cruzamento, Salpingidis responde bem à solicitação, mas o guarda-redes Keylor Navas não deixa que o golo aconteça. Era isto que Fernando Santos queria. Manter o adversário longe da baliza de Karnezis e aproveitar o voluntarismo dos seus avançados para marcar um golo, algo que é coisa rara nesta selecção grega.

Mas a Grécia até surgiu mais confortável na segunda parte. Logo aos 47’, Samaras teve na cabeça uma oportunidade, mas o remate foi à figura de Navas. Pouco depois, finalmente a Costa Rica conseguiu furar a resistência grega. Aos 52’, Bolaños faz o cruzamento para a entrada da área e Bryan Ruíz, num remate com pouca força e muita colocação, consegue meter a bola na baliza grega, naquele que foi o seu segundo golo do Mundial – já tinha marcado à Itália. Karnezis, muito encostado ao outro poste e tapado por um seu colega, nem se mexeu para tentar deter a bola que entrou bem junto ao ferro do lado esquerdo.

Santos foi metendo os avançados que tinha no banco, primeiro Mitroglou, depois Gekas. Pelo meio, uma expulsão para o lado da Costa Rica. Aos 66’, Óscar Duarte vê o segundo cartão amarelo e deixa a sua selecção a ter de defender uma magra vantagem com menos recursos humanos que o adversário. Os papéis invertiam-se. Era a Grécia quem tinha agora de atacar, com a sua própria sobrevivência em causa. Com pouco discernimento, mas muito coração. E a entrega grega, não menos que total, deu frutos, tal como acontecera no jogo com a Costa do Marfim.

Já em tempo de compensação, após um primeiro remate de Gekas defendido por Navas, é um defesa, Sokratis Papastathopoulos (um dos apelidos mais compridos deste Mundial), a fazer o empate e a dar mais um exemplo de sobrevivência no limite. Depois, no prolongamento, Grécia correu mais, a Costa Rica resistiu e o seu guarda-redes foi o herói. Trinta minutos depois, manteve-se o empate e avançou-se para os penáltis. Fernando Santos foi expulso do banco e teve de ver o desempate pela televisão. Acertaram os sete primeiros e foi Gekas, um dos mais experientes dos gregos, o primeiro a falhar. Ou melhor, foi Navas o primeiro a defender. Depois, Michael Umaña, central que ainda joga no seu país, rematou forte e colocado e acabou com os gregos.

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