O regresso de um filho pródigo a Alvalade

Nani promete revolucionar o ataque do Sporting. O jogador que não fazia parte dos planos de Van Gaal tem agora um palco para se mostrar.

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Sete ano depois, Nani está de regresso a Alvalade Nuno Ferreira Santos/PÚBLICO (arquivo)

Não parecia fácil à partida, mas o Sporting conseguiu transformar a saída de Rojo num motivo de enorme regozijo para os seus adeptos, ao envolver no negócio com o Manchester United o empréstimo de Nani. Regressa assim a Alvalade uma das grandes referências da formação “leonina” que, apesar de não estar a atravessar o período mais fulgurante da sua carreira, continua, aos 27 anos, a ser um dos melhores jogadores portugueses da actualidade. Com ele, a equipa de Marco Silva terá garantido poder de explosão e desequilíbrio no ataque, mas faltará apurar o grau de determinação do extremo em relançar a sua carreira na casa que o formou para o futebol.

Passaram nove anos desde a estreia de Nani na equipa principal do Sporting. Foi a 10 de Agosto de 2005, quando o então treinador José Peseiro o chamou para disputar os últimos 20 minutos da eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. A derrota caseira dos lisboetas frente à Udinese, por 1-0, acabaria por ofuscar a efeméride, mas estava dado o primeiro passo para uma rápida afirmação do jovem extremo. Ainda nessa época, já com Paulo Bento no banco “leonino”, haveria de se estrear a titular.

O seu enorme talento foi confirmado no ano seguinte e não passou desapercebido a alguns colossos do futebol europeu. O Manchester United viu nele um “novo Cristiano Ronaldo”, tomou a dianteira e desembolsou 25 milhões de euros, naquela que ainda é a maior transferência de sempre da história dos “leões”. Nani tinha 20 anos e apenas duas temporadas no futebol profissional do Sporting, com um registo de 76 jogos e 12 golos.

Em Manchester reuniu-se com o “verdadeiro” Cristiano Ronaldo e teve dificuldades em encontrar o seu lugar. A saída de CR7 para o Real Madrid abriu-lhe perspectivas, mas só iria convencer na temporada de 2010-11 (a quarta ao serviço do United), quando foi nomeado pelos seus companheiros de equipa como Jogador do Ano, em homenagem aos seus 10 golos e 18 assistências. Voltaria a brilhar na época seguinte, com outros 10 golos, mas entraria em espiral descendente nos anos seguintes, fruto de algumas lesões e inconstância exibicional.

Mesmo pouco utilizado em Manchester, nunca perdeu a confiança do seleccionador Paulo Bento, que não hesitou em chamá-lo para o último Mundial do Brasil, apesar de pouco ter jogado em Inglaterra. Chamado à titularidade, acabou por corresponder apesar da má campanha da selecção.

Sem espaço no United de Louis Van Gaal, o empréstimo surgiu como solução para jogar regularmente. E isso é algo que o Sporting lhe possibilita. Nani é um jogador versátil no ataque, podendo jogar pelos dois corredores, apesar de se tornar mais efectivo no lado direito (onde joga preferencialmente na selecção). Os cruzamentos bem medidos, o remate bem colocado e o seu poder de drible tornam-no num jogador temível para as defesas adversárias. Ao que tudo indica, o Arouca será o primeiro a provar o seu veneno, já no próximo sábado. Uma espécie de ensaio geral para o derby com o Benfica uma semana depois.

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