Depressão pós-Champions volta a assombrar Sporting

O fantasma vindo de Tondela voltou a assombrar Alvalade e retirou dois pontos aos “leões” nas contas do título. Joel Campbell impediu o descalabro total no último suspiro dos descontos.

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O Tondela voltou a complicar a vida ao Sporting em Alvalade AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA

Pela terceira vez a depressão pós-Liga dos Campeões voltou a assombrar o Sporting esta temporada. Depois da derrota frente ao Rio Ave, em Vila do Conde, do empate com o Vitória de Guimarães, no Minho, agora foi o Tondela a desviar pontos aos “leões” na I Liga. E o escândalo completo chegou a pairar em Alvalade, não fosse um golo fora de horas de Campbell evitar a derrota.

Na temporada passada, o conjunto de Petit já tinha surpreendido o “leão” no seu reduto, com um empate a duas bolas, que acabou por pesar bastante nas contas do campeonato. A equipa beirã voltou neste sábado a encontrar o antídoto para travar o conjunto de Jorge Jesus e só o futuro dirá quais as consequências para as ambições dos lisboetas na principal prova nacional. No imediato, o Sporting corre o risco de ficar a cinco pontos do líder Benfica, caso os “encarnados” vençam neste domingo o Belenenses, no Restelo.

O que se pode verificar é que a Champions está a provocar bastantes estragos à equipa de Jorge Jesus a nível interno, tendo em conta que os sete pontos desperdiçados nestas oito primeiras jornadas ocorreram após compromissos na competição milionária. E verificando os resultados práticos obtidos na prova da UEFA não está a ser um bom negócio para os interesses “leoninos”.

Assobios em Alvalade

Com apenas uma alteração no “onze” que havia defrontado, a meio da semana, o Borrussia Dortmund (1-2), em Alvalade, com a entrada de André para o lugar de Markovic, no ataque, os lisboetas voltaram a ser uma sombra da equipa que lutou pelo título até à derradeira jornada da temporada transacta. Mas não houve apenas demérito da equipa da casa, já que o Tondela soube sempre explorar a intranquilidade do adversário, impondo a sua estratégia, que esteve longe de ser passiva.

Com uma pressão alta e agressiva desde o apito inicial, os visitantes conseguiram travar a primeira fase de construção do Sporting, que protagonizou uma primeira parte paupérrima, tanto no capítulo defensivo como atacante. Foi um autêntico festival de passes errados, perdas de bola e falta de profundidade. Os “leões” foram quase sempre uma equipa desconexa, com escassas situações de finalização e os assobios das bancadas no final da primeira metade do encontro eram esclarecedores acerca da opinião do público da casa.

Inspirados pela presença do antigo defesa central André Cruz, que festejou os últimos dois títulos do Sporting no campeonato já há década e meia e que esteve no relvado ao intervalo do jogo, e pela entrada de Bruno César para o lugar do inoperante Elias, os “leões” voltaram das cabines com outra disposição. Uma equipa mais veloz, intensa, mas com as dificuldades de sempre em encontrar soluções para ultrapassar a bem organizada defesa beirã. É verdade que o Tondela baixou as suas linhas, mas também conseguiu encontrar mais espaços no meio-campo adversário para lançar viperinos contra-ataques.

John Murillo deu o primeiro sério aviso, aos 65’, acabando por falhar ligeiramente as redes, mas não iria perdoar nove minutos depois, quando bateu mesmo Rui Patrício. Um golo construído após mais uma recuperação de bola, que resultou numa jogada veloz pelo flanco esquerdo, tal como a primeira. Nas bancadas, a tensão transformou-se instantaneamente em raiva.

A pressão dos jogadores de Jorge Jesus transitou para o pânico geral com a ameaça de sofrerem a primeira derrota em Alvalade esta temporada e perante um adversário do fundo da tabela. E foi já em período de desespero que acabou por valer ao Sporting o talento de Gelson Martins. O extremo cruzou da direita para Campbell (que rendera Zeegelaar, aos 75’) que arrancou o empate nos últimos instantes dos descontos. Nada que acalmasse um público “leonino” em completo estado de estupefacção.

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