Os jogos à noite são a maior novidade do novo Estoril Open

O único torneio ATP que se disputa em Portugal vai decorrer entre os dias 23 de Abril e 3 de Maio.

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O Estoril Open vai ter encontros nocturnos Francisco Leong/AFP

Com a excepção dos dois anos anteriores, foi sempre um torneio chamado Estoril Open sem nunca ter sido no Estoril, nem sequer no concelho de Cascais. Em 2015, o torneio anteriormente conhecido como Estoril Open recupera o seu nome e vai finalmente corresponder em termos geográficos. O novo Estoril Open, o único torneio português do circuito ATP, vai realizar-se no Clube de Ténis do Estoril entre 25 de Abril e 3 de Maio, mas a localização não será a única novidade. A competição será exclusivamente masculina e terá, durante três dias, jogos a começar ao fim da tarde.

Apresentado nesta quinta-feira em Cascais, o novo Estoril Open retoma o legado deixado por João Lagos e que foi construído nos últimos 25 anos. Muda a localização, muda o patrocínio (o banco Millenium BCP é o parceiro de referência), mas não o objectivo de manter em Portugal, a médio e longo prazo, um torneio ATP, algo que esteve em perigo, a partir do momento em que João Lagos anunciou que não tinha capacidade financeira para o fazer. “A realização do torneio é importante para a modalidade e para a imagem do país. Estão reunidas as condições para manter o torneio durante três anos e os dois a seguir serão melhores que este”, afirmou Emídio Guerreiro, secretário de Estado do Desporto e Juventude.

João Zilhão, que será o director do torneio, reconheceu que houve vários locais em cima da mesa para acolher o torneio e que a manutenção da prova no Jamor não deixou de ser hipótese, mas que houve uma enorme vontade por parte do município de Cascais em receber o evento pela primeira vez. “É o regresso de um filho que nasceu aqui mas que por nunca cá andou”, referiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, garantindo que a contribuição do município para o torneio não será com “nenhum cêntimo do orçamento municipal”, mas com as receitas da concessão do jogo. O torneio contará com três courts para os jogos, mais três para treinos.

Sem dizer quanto irá custar esta nova versão do torneio, a grande novidade serão os jogos nocturnos em três dias, a começarem às 19h, incluindo jogos da segunda ronda e dos quartos-de-final. A organização pretende também promover a aproximação dos espectadores com o campo e vai aumentar a capacidade do court principal do Clube de Ténis do Estoril para quatro mil espectadores com a instalação de uma bancada temporária.

Para já, o único nome confirmado no torneio é o de João Sousa, o melhor tenista português da actualidade e n.º 49 do ranking ATP. Quanto a outros tenistas de renome, ainda há mais de um mês para fazer telefonemas. “As inscrições terminam a 16 de Março. Temos mais de um mês para contactar os agentes dos cabeças de cartaz e esperamos ter outros nomes”, garantiu João Zilhão. O prémio monetário será de 493 mil euros, como qualquer outro torneio ATP 250. Quanto ao regresso do torneio feminino ao Estoril Open, Zinhão diz que “será equacionado no futuro”.

A sucessão ao torneio organizado por João Lagos nos últimos 25 anos foi garantida pela conjugação de esforços da U.Com, empresa sedeada na Alemanha que é especializada na comunicação e organização de eventos, do empresário holandês e ex-tenista Benno Van Veggel e da Polaris Sports do empresário Jorge Mendes e com o patrocínio do BCP. A máquina foi posta em marcha em Novembro passado e foram necessárias longas negociações, incluindo a apresentação de “garantias bancárias elevadas”, segundo João Zilhão, para o ATP aceitar os novos organizadores e manter o Estoril Open no calendário.

Também presente na cerimónia, David Massey, vice-presidente do ATP World Tour, revelou que dificilmente Portugal teria um torneio se não tivesse havido uma resposta tão rápida da nova organização. “A nossa reacção inicial ao anúncio de João Lagos foi de que não haveria torneios ATP em Portugal. Haveria uma grande hipótese de não haver prova portuguesa se eles não tivessem avançado como fizeram. Conheço bem esta equipa e o futuro é muito promissor”, afirmou o britânico, considerando “pouco provável” que Portugal possa receber outro torneio: “Teria de ser noutra altura e noutro sítio do país.”

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