O coleccionador que tem 17 camisolas do Butão

Nick Warrick tem mais de 700 equipamentos de selecções de futebol e faltam-lhe apenas duas para ter das equipas de todos os membros da FIFA.

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A maior colecção de equipamentos do Butão do mundo? DR

Tudo, ou quase tudo, é coleccionável. Os seguintes itens aparecem na lista das colecções bizarras do livro dos recordes Guinness: unhas dos pés, sinais “Não incomodar” de hotéis, sacos para o enjoo de aviões, cones de trânsito, rótulos de garrafas de água, cartas de joker e cadeiras em miniatura. Nem todas serão colecções particularmente variadas – os cones de trânsito serão laranjas e brancos em quase todo o mundo – e, nesta companhia, parece perfeitamente banal a colecção de Nick Warrick, um britânico professor de matemática. Equipamentos de futebol de todas as selecções do mundo, sejam, ou não, membros da FIFA. Aliás, quanto mais obscura a selecção, melhor.

Haverá milhões de coleccionadores de equipamentos de futebol em todo o mundo, mas Nick Warrick garante que tem a maior, pelo menos no que a selecções diz respeito. Claro que equipamentos como o da selecção portuguesa estão disponíveis em qualquer loja Nike (física ou online) por 59,99 euros, mas muito poucos terão uma colecção de 17 equipamentos da selecção do Butão – um deles, segundo contava há dois meses ao site “Verminosos por futebol”, trocou-a com um jogador do Butão por produtos dermatológicos.

Nick começou a coleccionar camisolas do clube da sua terra natal, o Peterborough United (tem mais de 100), mas transformou-se num verdadeiro garimpeiro de equipamentos à escala planetária, gastando alguns milhares de libras neste vício desde que começou em Março de 2010, tanto que é obrigado a vender algumas das suas camisolas repetidas – tem uma loja online, www.footballshirtworld.co.uk/shop. Ao todo, já conseguiu arranjar equipamentos de 207 selecções entre os 209 membros da FIFA – falta-lhe camisolas da Mauritânia e do Djibouti – e tem réplicas de 50 equipas que não estão filiadas na FIFA, como do Darfur United, uma equipa formada por refugiados, de Pohnpei, uma ilha dos Estados Federados da Micronésia, ou de Gibraltar, território que já faz parte da UEFA e que está a disputar a qualificação para o Euro 2016, mas que ainda não está na FIFA. A colecção tem cerca de 700 peças.

O britânico tem uma regra de ouro: não aceita imitações. Só equipamentos oficiais, nada de versões contrafeitas, o que, tendo em conta que nem todos os equipamentos são vendidos em grande escala, faz com que algumas das peças sejam difíceis de encontrar. Um equipamento da Eritreia, por exemplo, chegou à sua colecção através de um jogador desta selecção africana que aproveitou um jogo do país fora para fugir – custou-lhe 300 euros.

Até a uma certa altura, Nick, de 36 anos, ainda fazia um acumulado de quanto ia gastando nesta colecção que se tornou uma obsessão, mas os valores tornaram-se tão ridículos que deixou de contar. Só que ele não desiste enquanto não completar a sua volta ao mundo em camisolas de futebol: “É fascinante explorar outras culturas e descobrir pequenos países dos quais pouca gente ouviu falar. Não acredito que consegui fazer esta colecção tão depressa, mas, para ser sincero, vai ser um alívio quando acabar.”

* Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos

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