O Chile inteiro e um argentino querem tirar a Copa América a Lionel Messi e companhia

Selecção anfitriã disputa com a Argentina o troféu de campeã sul-americana. O Chile nunca venceu, a albiceleste tem 14 títulos.

Foto
Jogadore chilenos durante o último treino antes da final de hoje à noite da Copa América, contra a Argentina Claudio Reyes/AFP

Em quase 100 anos de história da Copa América, o Chile foi sete vezes anfitrião (1920, 1926, 1941, 1945, 1955, 1991 e 2015) e nas quatro finais que já disputou (1955, 1956, 1979 e 1987) nunca conseguiu erguer o troféu de campeão sul-americano. Hoje, a selecção roja tem uma quinta possibilidade de subir ao trono (21h, TVI24). Joga em casa, mas pela frente tem a Argentina, que procura chegar ao 15.º título e colocar um ponto final ao “jejum” que dura desde 1993. Com Lionel Messi, Ángel Di María e Sergio Agüero de um lado, e Alexis Sánchez, Arturo Vidal e Eduardo Vargas do outro, é quase garantido que ninguém vai aborrecer-se.

Divididos por uma das mais longas fronteiras do mundo, os dois vizinhos também partilham uma acesa rivalidade futebolística. Historicamente, os duelos entre Chile e Argentina, na Copa América, penderam sempre para a albiceleste: em 24 partidas, os chilenos nunca venceram (cinco empates e 19 derrotas). Aliás, o único triunfo da roja em encontros oficiais com a Argentina ocorreu em 2008, na qualificação para o Mundial da África do Sul (1-0). Os 65 mil adeptos presentes no Estádio Nacional de Santiago exultaram, e querem voltar a viver esse sentimento esta noite. Alguns dos protagonistas serão os mesmos: Claudio Bravo, Gary Medel e Arturo Vidal; Javier Mascherano, Sergio Agüero e Lionel Messi...

O papel mais ingrato desta noite caberá a Jorge Sampaoli, nascido na Argentina mas seleccionador do Chile desde finais de 2012. Discípulo de outro treinador argentino que fez história no futebol chileno – Marcelo Bielsa era o técnico da roja aquando da inédita vitória de 2008 – Sampaoli deixou claro que não estará dividido: “Trata-se de uma competição desportiva que me obriga a estar vinculado a um grupo de jogadores e a um país que me escolheu como seu treinador. Temos de ganhar a Copa América, deixando de lado que sou argentino e que não tenho esta nacionalidade [chilena]. Estou entusiasmado em fazer do Chile campeão, isso é inegável, está para lá da minha nacionalidade. Estou com este grupo até à morte”, vincou.

Para a selecção argentina a final desta noite representa a possibilidade de regressar aos troféus internacionais. Lionel Messi, em particular, ainda procura um primeiro título ao serviço da equipa nacional para juntar a um currículo já muito recheado por todos os troféus obtidos ao serviço do Barcelona. Conquistar a Copa América significaria fazer as pazes com os próprios adeptos, por vezes críticos para com Messi, que apenas venceu os Jogos Olímpicos 2008 e o Mundial sub-20 em 2005 com a camisola albiceleste. Em 2014, no Campeonato do Mundo do Brasil, foi derrotado na final pela Alemanha.

“Os jogadores sabem o que está em jogo”, garantiu “Tata” Martino, o seleccionador da Argentina. Uma análise que Sergio Agüero confirmou: “Nunca se sabe quando voltaremos a ter uma oportunidade como esta. Temos de aproveitá-la”. Em causa não está só a sucessão ao Uruguai enquanto campeão sul-americano, mas também um lugar na Taça das Confederações em 2017.

Sugerir correcção
Comentar