José Mourinho força nulo em Madrid

Atlético de Madrid não conseguiu ultrapassar "muralha" do Chelsea na primeira mão da meia-final.

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Diego Costa bem tentou, mas não conseguiu marcar ao Chelsea Paul Hanna/Reuters

Atlético de Madrid e Chelsea empataram esta terça-feira a zero na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, deixando tudo por resolver no jogo de Londres. José Mourinho montou uma estratégia ultradefensiva que os colchoneros não conseguiram desmontar.

Os londrinos não esconderam o seu objectivo. Logo pelo onze inicial escolhido por Mourinho se fazia adivinhar a postura defensiva que os blues iriam adoptar para enfrentar o Atlético de Madrid no seu estádio, onde somavam apenas vitórias para a Liga dos Campeões esta época. O Chelsea fez praticamente alinhar uma segunda linha defensiva com David Luiz, Ramires e Obi Mikel, à frente do quarteto defensivo. Sobravam apenas Willian no apoio a Fernando Torres, solitário no ataque inglês. O Atlético contava com o poderio atacante de Diego Costa, suportado pela criatividade de Raúl García, Koke e Diego.

Foi precisamente este o quadro dos noventa minutos no Vicente Calderón. A equipa da casa procurou desde o início chegar à baliza de Cech, mas ou não encontrava linhas de passe ou via os seus remates de meia distância barrados pela defesa londrina.

O primeiro quarto de hora foi de estudo mútuo entre as duas formações. O Atlético tentava ensaiar alguns ataques mas a defesa do Chelsea não deixava passar uma. Quando eram os londrinos a ter a posse de bola, os seus jogadores não arriscavam e optavam por conservá-la o máximo de tempo possível, prescindindo quase inteiramente de atacar.

A primeira oportunidade digna desse nome aconteceu aos 15’, quando Koke tentou um canto directo. Na sequência Cech agarra a bola mas acaba por se lesionar no braço, pedindo a substituição. O veterano australiano Mark Schwarzer entrou para a baliza dos blues, que quase não foi testado durante a partida. Até ao intervalo pouco mais se viu. Mário Suárez (34’) e Diego Costa, já em cima do intervalo, têm dois remates que não chegaram a assustar.

No segundo tempo, o Chelsea continuou fiel ao guião escrito por Mourinho. Duas linhas defensivas, bloqueio total a qualquer ataque do Atlético e troca de bola no seu meio campo. Numa das raras oportunidades para os britânicos, Lampard (48’) remata de primeira depois de um corte defeituoso de Godín.

No banco, Simeone parecia à beira de um ataque de nervos ao ver a sua equipa sem ideias para furar o muro defensivo erguido pelo Chelsea. Aos 60’ decide agitar as coisas, lançando Arda Turan para o lugar de Diego, para tentar imprimir mais intensidade no jogo ofensivo da sua equipa. O Atlético passa a abrir mais o seu ataque, mas o máximo que consegue são cantos ou livres.

Aos 71’, Mourinho é novamente obrigado a substituir um jogador por lesão. Desta vez é John Terry, queixoso depois de ter sido pisado por Diego Costa. O técnico português aposta em Schurrle, para explorar a saída para o contra-ataque, num momento em que o Atlético está balanceado para a frente.

No entanto, o marcador manteve-se inalterado e nem se pode dizer que tenham havido oportunidades flagrantes. Gabi (76’) obriga Schwarzer a uma boa defesa na marcação de um livre rasteiro e Diego Costa (82’) até de pontapé de bicicleta tenta chegar ao golo.

O nulo manteve-se até ao final e tudo será decidido em Stamford Bridge, a 30 de Abril. O Chelsea alcançou o seu objectivo de não sofrer golos, mas as lesões de Cech e de Terry, assim como as suspensões de Lampard e Obi Mikel podem ser grandes dores de cabeça para Mourinho.

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