No fim, só um argentino sorrirá

Gerardo Martino e Juan Antonio Pizzi partilham a nacionalidade, mas serão adversários na final da Copa América, que opõe a Argentina ao Chile.

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Juan Antonio Pizzi durante um treino Nelson Almeida/AFP

Passaram 359 dias desde que Argentina e Chile discutiram a final da Copa América, e eis que o troféu volta a ser disputado pelas duas selecções. Na próxima madrugada (01h, TVI) reedita-se a final da edição anterior da Copa América, que os chilenos venceram no desempate por grandes penalidades após um 0-0 que resistiu ao prolongamento. Gerardo “Tata” Martino estará na final do torneio pela segunda vez enquanto treinador da “albiceleste” e volta a ver um compatriota no banco do adversário. Em 2015 foi batido pelo Chile de Jorge Sampaoli, e desta vez terá pela frente a mesma equipa, agora comandada por Juan Antonio Pizzi.

Há um longo passado de confrontos entre os dois técnicos, numa história que começou quando ainda eram jogadores. Naturais da mesma província (Santa Fe), destacaram-se em clubes rivais da cidade de Rosario – Martino no Newell’s Old Boys, Pizzi no Rosario Central – e, apesar de terem seis anos de diferença, foram adversários em várias ocasiões. Em quatro edições do “clásico rosarino” nas épocas 1988-89 e 1989-90 houve um triunfo para cada lado e dois empates.

O frente-a-frente conheceu novos capítulos quando os dois já eram treinadores. Em 2013 o Newell’s orientado por Martino venceu o San Lorenzo de Pizzi. Mas a desforra veio logo no ano seguinte, com a mudança de ambos para o futebol espanhol. Num duelo em Camp Nou, o Barça comandado por “Tata” Martino foi batido pelo Valência de Pizzi (2-3). Curiosamente, os golos dos “blaugrana” foram marcados por dois futebolistas que serão rivais na final da Copa América: Alexis Sánchez e Lionel Messi.

Já ao serviço das selecções que actualmente orientam, Martino tem sido mais feliz: venceu por 2-1 em jogo do apuramento sul-americano para o Mundial 2018, e repetiu o resultado no triunfo na fase de grupos desta Copa América. Mas os chilenos querem voltar a complicar a final à Argentina e prolongar uma “seca” de títulos da “albiceleste” que dura há 23 anos. “Todos sabemos a necessidade que eles têm de conquistar um título, e sabemos o apoio que terão na final. Mas nós sentimos o apoio dos 17 milhões que sofrem e nos enviam sensações positivas. Usaremos essa energia para competir com uma das melhores selecções do mundo”, prometeu Pizzi.

Do lado argentino conta-se com a confiança reforçada de Messi. O craque do Barcelona tem rubricado boas exibições e ultrapassou Gabriel Batistuta, tendo-se tornado no melhor marcador da história da selecção argentina. “Estou feliz por ter alcançado esse recorde. Mas estamos cá por outra coisa”, sublinhou. Mas a pressão faz-se sentir, não só pela ânsia que se sente no país, sedento de conquistar um troféu, mas também pelas palavras de uma referência da equipa “albiceleste”. “De certeza que ganhamos. Se não ganharmos, não vale a pena regressarem”, atirou Diego Maradona, num programa de televisão.

Esta será apenas a sexta final da Copa América para o Chile, enquanto a Argentina já disputou 27 vezes o encontro decisivo da competição, tendo conquistado o troféu em 14 delas (o último triunfo remonta a 1993). A final da próxima madrugada vai opor duas equipas que lá chegaram à final: os argentinos golearam a Venezuela (4-1) nos quartos-de-final e depois os EUA (4-0) nas meias-finais. O Chile cilindrou o México (7-0) e garantiu a presença na final com um triunfo por 2-0 sobre a Colômbia. O Metlife Stadium de East Rutherford, em Nova Jérsia, será o palco do jogo decisivo. E no final só um argentino poderá sorrir.

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