Nishikori faz serão para chegar aos quartos-de-final do Open dos EUA

Azarenka teve que se esforçar para ultrapassar Krunic, na competição feminina.

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Nishikori feliz pelo seu apuramento para os "quartos" do Open dos EUA Julian Finney/AFP

As sessões nocturnas são sempre especiais no Open dos EUA e ainda mais quando se estendem pela madrugada dentro. Foi o caso do duelo da noite de segunda-feira, entre Kei Nishikori e Milos Raonic, que prendeu milhares de espectadores às cadeiras do Arthur Ashe Stadium até às 2h26 da madrugada de terça-feira, igualando o recorde para o final de encontro mais tardio em Flushing Meadows – anteriormente partilhado pelos duelos Philipp Kohlscheiber-John Isner em 2012 e Mats Wilander-Mikael Pernfors, em 1993. Ao vencer ao fim de mais de quatro horas e atingir os quartos-de-final, Nishikori é o primeiro japonês a chegar tão longe no Open dos EUA desde Zenzo Shimidzu, em 1922.

Num encontro entre dois candidatos a estarem no Masters, em meados de Novembro – no início do torneio, o japonês estava em 10.º e Raonic em sexto da Corrida para Londres -, Nishikori, que devido a uma lesão no dedo grande do pé direito só disputou um torneio (três encontros) desde que perdeu no final de Junho, em Wimbledon, com este mesmo adversário, sobreviveu a 86 winners (incluindo 35 ases, alguns a 140km/h) do canadiano e foi o mais consistente a servir no quinto set em que não enfrentou qualquer break-point. “Foi mesmo duro estar concentrado todo o tempo. Tentei jogar um ponto de cada vez e continuar a lutar”, disse Nishikori (11.º), após vencer Raonic (6.º), por 4-6, 7-6 (7/4), 6-7 (8/10), 7-5 e 6-4.

Segue-se Stan Wawrinka (4.º), que terminou com o bom desempenho do espanhol Tommy Robredo (18.º): 7-5, 4-6, 7-6 (9/7) e 6-2. “Certamente que vai trazer-me confiança para a próxima ronda. Foram cinco sets duros e estou muito contente por ter ganho. Vou tentar recuperar para amanhã, vai ser muito importante”, frisou Nishikori, autor da 14.ª vitória na carreira sobre um adversário do top 10 e primeira no Open dos EUA desde 2008, quando, com 18 anos e fora dos 100 melhores, eliminou David Ferrer (então número quatro).

Antes, Andy Murray (9.º) obteve a sua primeira vitória sobre um top 10 em 13 meses – ou seja, desde o seu histórico triunfo em Wimbledon – ao ultrapassar Jo-Wilfred Tsonga (10.º) num encontro em que as condições de calor e humidade revelaram-se outro adversário a bater. Mas Murray, que tinha acusado algum cansaço no primeiro encontro do torneio, revelou-se suficientemente sólido para impor-se ao francês que o tinha derrotado três semanas antes – a caminho do título no Masters 1000 de Toronto – pelos parciais de 7-5, 7-5 e 6-4. Nos quartos-de-final, o escocês vai realizar o 21.º episódio da rivalidade com Novak Djokovic (1.º), que dominou o alemão Philipp Kohlschreiber (25.º): 6-1, 7-5 e 6-4.

Para o final tardio da jornada de segunda-feira, muito contribuiu as duas horas e 19 minutos do duelo entre Victoria Azarenka (17.ª) e a emergente Aleksandra Krunic, de 21 anos. A ex-número um mundial teve de apelar a toda a sua experiência e garra para ultrapassar uma Krunic (145.ª) inspirada.

Krunic, que nunca tinha ganho em quadros principais do Grand Slam, furou pelo qualifying e deixou pelo caminho duas cabeças de série, com destaque para Petra Kvitova, recente campeã em Wimbledon.

Do alto do seu 1,63m, a sérvia nascida em Moscovo serviu por vezes a mais de 180km/h e assinou 26 winners (incluindo seis ases) de várias formas e ângulos, mas Azarenka foi mais eficaz no seu ténis agressivo e venceu, por 4-6, 6-4 e 6-4. “Ela tem um grande futuro. Nunca é fácil defrontar alguém que não conhecemos e apenas tentei manter-se positiva e continuar a lutar e focar-me em apenas ser mais agressiva. Estou mesmo contente por ter dado a volta; ela fez alguns pontos inacreditáveis”, disse a bielorrussa.

Azarenka discute nesta quarta-feira um lugar nas meias-finais com Ekaterina Makarova (18.ª), quarto finalista em quatro dos últimos seis torneios do Grand Slam disputados em hardcourts.

A russa afastou outra jovem, Eugenie Bouchard (8.ª), este ano semifinalista na Austrália e Roland Garros e finalista em Wimbledon. Mas a canadiana de 20 anos acusou os efeitos do calor e, a 3-2 do segundo set, chegou a receber assistência médica, por sentir tonturas e nunca mais conseguiu encontrar o seu melhor ténis. “Estava muito húmido e o encontro teve altos e baixos, muitas vezes, por causa disso. Foi boa aquela paragem porque eu também estava a sentir-me um pouco cansada”, disse Makarova, ao vencer, por 7-6 (7/2), 6-4.

Com a eliminação de Bouchard, pela primeira vez desde 1977, as finais femininas dos quatro majors de 2014 vão ser protagonizadas por oito tenistas diferentes – Austrália: Li Na-Dominika Cibulkova; Roland Garros: Maria Sharapova-Simona Halep; Wimbledon: Petra Kvitova-Eugenie Bouchard. E a única "top-10" sobrevivente é Serena Williams.

Kuznetsov recebe Portugal

Ficou ontem conhecida a composição da selecção da Rússia que irá receber Portugal, entre 12 e 14 de Setembro, para decidir a manutenção no Grupo I da Taça Davis: Andrey Kuznetsov (96.º ATP), Evgeny Donskoy (118.º) e Konstantin Kravchuk (220.º). A equipa lusa, capitaneada por Nuno Marques, é formada por João Sousa (38.º), Gastão Elias (142.º), Rui Machado (271.º) e Frederico Silva (362.º).

 

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