Mercedes erra com Hamilton e entrega vitória a Rosberg

Erro grosseiro da equipa alemã retira a vitória ao líder do campeonato. Os dois pilotos estão agora separados por apenas dez pontos.

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É a terceira vitória consecutiva do piloto alemão no circuito monegasco AFP/BORIS HORVA

A expressão de desalento e incredulidade no rosto de Lewis Hamilton no final do Grande Prémio (GP) do Mónaco de Fórmula 1 ilustrava bem o que acabara de acontecer ao bicampeão mundial e líder do campeonato no circuito monegasco este domingo. O que parecia ser um autêntico passeio para o inglês nas ruas do principado, transformou-se num pesadelo, nas últimas voltas, quando a entrada do safety car na pista foi aproveitado pela Mercedes para chamar o seu piloto às boxes. Grande erro: Hamilton, que partira da pole position e comandava desde a primeira volta, regressou à corrida atrás de Nico Rosberg e Sebastian Vettel e terminaria mesmo no último lugar do pódio. A vitória caiu no colo do seu companheiro de equipa, que reduziu para dez pontos a desvantagem para o primeiro lugar.

“Pensámos que a diferença [a vantagem de Hamilton no comando da corrida] era maior. Foi um completo erro de julgamento no calor do momento. Estragámos tudo e sentimos muito por ele. Nada há mais nada a fazer do que pedir desculpas a Lewis”, sintetizou um acabrunhado Toto Wolff, patrão da Mercedes, no final da prova. Mas para melhor contextualizar o constrangimento do líder da equipa alemã é necessário rebobinar um pouco a fita.

Tudo corria tranquilamente para Hamilton na cabeça da corrida, quando um acidente brutal de Max Verstappen (Toro Rosso), a 15 voltas do final, veio baralhar a matemática até então simples do sexto GP da temporada. Entrou o carro de segurança na pista e a Mercedes achou o momento oportuno para uma troca extra dos pneus do seu bicampeão, convencidos que manteria a liderança. Não foi assim. O britânico perdeu posições para Rosberg e Vettel e já não teve tempo nem oportunidade para lutar por mais do que o bronze num circuito onde as ultrapassagens são, por norma, complicadas. A festa do pódio passou ao lado de Hamilton que, mesmo assim, reagiu de forma polida à decepção: “A equipa tem feito um trabalho fantástico, mas vencemos e perdemos juntos. Tenho a certeza que nos sentaremos para conversar após este episódio e procuraremos formas de evoluir. Voltarei a vencer na próxima.”

Quem não escondeu o prazer da vitória inesperada foi Nico Rosberg, que ainda gravou o seu nome da galeria de notáveis do GP do Mónaco: alcançou a terceira vitória consecutiva neste complicado circuito, um feito anteriormente só alcançado por lendas como Ayrton Senna, Alain Prost e Graham Hill. Apesar da enorme satisfação, não esqueceu o seu companheiro de equipa na hora da consagração: Estou muito, muito feliz, claro. Mas sei que tive muita sorte. O Lewis conduziu de maneira brilhante e merecia ter vencido. Ele estava um pouco mais forte do que eu neste fim-de-semana. Mas as corridas são assim.”

Perdeu Hamilton, mas ganhou o Mundial que se torna um pouco mais competitivo, face à diferença pontual entre os pilotos da Mercedes, que na última temporada discutiram a solo o título até à última corrida.

 

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