Um mês depois do fecho de um mercado de transferências em que se bateram recordes, há futebolistas que continuam aquém do que se esperava tendo em conta aquilo que custaram. Paul Pogba, que protagonizou o negócio mais caro da história quando o Manchester United pagou 105 milhões de euros à Juventus para o contratar, é um dos casos que tarda em convencer. Outros reforços que há um mês eram sonantes vão somando minutos a conta-gotas – ou nem isso.

A situação do Manchester United é sintomática: o clube entregou o comando da equipa a José Mourinho e atacou o mercado em força, mas os resultados ainda não apareceram. Dados do Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudo do Desporto indicam que os “red devils” construíram o plantel mais caro de sempre, num investimento total estimado em 718 milhões de euros, mas o United está nesta altura pior do que na época passada – a equipa de Mourinho soma menos três pontos em comparação com 2015-16 e já perdeu duas vezes em sete jornadas da Liga inglesa.

Recaíam em Pogba grandes esperanças, mas o francês tem tido um início complicado em Old Trafford: fez oito jogos, todos a titular, mas ainda não mostrou aquilo que levou o Manchester United a abrir os cordões à bolsa. “Ser o jogador mais caro do mundo é sempre uma questão, mas só quero que o Paul esqueça [quanto custou] e jogue o futebol dele. Tenho plena confiança nele e vai naturalmente subir de forma. À medida que a equipa melhorar, ele vai melhorar”, resumia, há um par de semanas, José Mourinho.

Ainda assim, Pogba não é o reforço com vida mais difícil no Manchester United. O clube pagou 42 milhões ao Borussia Dortmund por Henrikh Mkhitaryan, o que fez dele a segunda contratação mais cara dos “red devils” neste Verão (e a sétima no top-10 do portal especializado Transfermarkt), mas o arménio está fora da equipa há quase um mês. Titular ao quinto jogo oficial da temporada, após ter sido suplente utilizado nos quatro anteriores, Mkhitaryan foi substituído logo ao intervalo no derby de Manchester, que o United perdeu em casa (1-2) perante o City de Pep Guardiola, e desde então não voltou a calçar.

Pelo contrário, o investimento de 90 milhões de euros feito pela Juventus em Gonzalo Higuaín (número dois da tabela) tem-se revelado produtivo: o argentino foi o segundo jogador mais caro do Verão e até ao momento foi utilizado nas sete jornadas da Liga italiana, quatro delas a titular, com seis golos marcados.

Há mais três atacantes no top-10 das transferências mais caras do Verão, com sortes distintas no primeiro mês ao serviço dos novos clubes. Hulk (55,8 milhões) marcou e lesionou-se logo na estreia pelo Shanghai SIPG, tendo regressado recentemente à actividade pelo emblema chinês. Leroy Sané foi contratado ao Schalke 04 por 50 milhões de euros como aposta de futuro do Manchester City. Até agora, o jovem de 20 anos tem utilização irregular e só foi titular uma vez, na Taça da Liga inglesa. Já o ex-Southampton Sadio Mané (41,2 milhões) conquistou a titularidade no Liverpool de Jürgen Klopp e já marcou três golos.

John Stones e Shkodran Mustafi são os únicos defesas entre os futebolistas mais caros do último período de transferências. O primeiro custou 55,6 milhões de euros ao Manchester City e ganhou imediatamente um lugar no “onze” de Guardiola. O alemão, contratado pelo Arsenal ao Valência por 41 milhões, também já é indiscutível.