Mourinho: “Não preciso de férias. Queria começar a treinar amanhã”

Técnico português diz que demorou cinco minutos a decidir voltar ao Chelsea.

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O desafio de Mourinho é voltar a vencer pelo Chelsea Paul Ellis/AFP

Era um segredo mal guardado que foi tornado oficial nesta segunda-feira: José Mourinho vai voltar a treinar o Chelsea. O contrato é válido por quatro anos, e o treinador português mal pode esperar para voltar a Stamford Bridge.

“Não preciso de férias. Tenho pena de não começarmos a treinar amanhã”, disse Mourinho ao canal de televisão do Chelsea. Numa entrevista que durou pouco menos de 30 minutos, o técnico português disse que não sente cansaço, mesmo após uma temporada muito complicada no Real Madrid. “A mudança para um sítio de que gosto não me deixa sentir cansado. Não preciso de férias, os jogadores precisam. Quando voltarem vão encontrar um treinador muito motivado, apesar dos cabelos brancos que não tinha quando cheguei pela primeira vez ao Chelsea”, disse.

O regresso a Londres deixou Mourinho muito feliz, embora tenha tentado esconder as emoções: “É a primeira vez que chego a um clube que adoro. Quando chego a um clube sinto a camisola e dou tudo, mas é a primeira vez em que chego a um lado de que já gosto. É um sentimento fantástico. Não estou feliz. Estou muito feliz. Estive a preparar-me para controlar as emoções, tentei esconder que estou emocionado. Estou feliz e orgulhoso, quando se volta a um sítio é por alguma razão. Do ponto de vista humano deixei algo aqui”. “Chego ao meu clube, ao meu Chelsea, no melhor momento da minha carreira como treinador”, sublinhou.

O acordo com Roman Abramovich, dono do Chelsea, foi obtido rapidamente, confessou o técnico português: “Foi uma decisão fácil. Encontrei-me com o ‘boss’, e acho que em cinco minutos, após algumas perguntas rápidas e pragmáticas, decidimo-nos. Perguntei-lhe: ‘Queres-me de volta?’ e ele perguntou-me: ‘Queres voltar?’. E em cinco minutos a decisão estava tomada”.

“Não venho para estar à sombra do que fiz no passado”
As relações com o milionário russo estão normalizadas, garantiu Mourinho. O técnico português foi despedido em Setembro de 2007, mas isso já pertence ao passado. “Se analisar friamente, foi fantástico para a minha carreira. Queria o ‘grand slam’, e obtive troféus em Inglaterra, Espanha e Itália. Voltei a ganhar a Liga dos Campeões. Foi importante para a minha cultura como treinador. O Chelsea conseguiu troféus e viveu momentos importantes. Agora voltamos a estar juntos, num momento óptimo para ambos. É um casamento feliz para voltarmos a ter sucesso”, apontou.

“Sou um de vós. Isso faz diferença. No futebol tive duas grandes paixões: o Inter e o Chelsea. O Chelsea é muito importante para mim, não foi nada fácil jogar contra o Chelsea”, acrescentou José Mourinho, que se sente mais maduro e preparado para outro tipo de desafios: “Tenho a mesma natureza, mas estou mais maduro e tenho uma abordagem diferente. Estou pronto para ficar mais tempo num clube e abraçar outro tipo de projectos”.

“Não venho para estar à sombra do que fiz no passado. Sou muito exigente comigo próprio. Preciso do apoio, mas quero começar do zero e construir uma equipa diferente da que construí no passado. Quero dar tudo ao clube, ao dono, aos adeptos. Quero pressão, trabalhar muito e deixar as pessoas contentes”, frisou Mourinho.

Neste regresso ao Chelsea, um dos desafios do técnico português será ajudar os jovens da equipa a crescerem e desenvolverem-se enquanto futebolistas. “Há gente nova com talento, que precisa de estabilidade para atingir um ponto mais alto da sua evolução. Espero trazer essa estabilidade. Será bom para mim trabalhar com eles, e bom para eles trabalhar comigo”, apontou.

Em relação ao encontro com Pep Guardiola, a 30 de Agosto quanto Chelsea e Bayern Munique se defrontarem na Supertaça europeia, Mourinho retirou-lhe importância: “Não é Mourinho e Guardiola, é Chelsea e Bayern. Mourinho e Guardiola nada fizeram para jogar esta partida. Os jogadores e os treinadores anteriores é que fizeram. Vou tentar ajudar o meu clube e os meus jogadores a conquistarem o troféu. Mas não é uma Supertaça europeia que será crucial para a nossa época”, concluiu.

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