Milhares gritaram "o campeão voltou" no velório dos jogadores do Chapecoense

Despedida emotiva terá juntado cerca de 100 mil pessoas na cidade brasileira e no estádio do clube.

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De Chapecó até ao estádio Arena Condá, calcula-se que cerca de 100.000 pessoas tenham participado na cerimónia fúnebre Nelson Almeida/AFP

No dia em que milhares de pessoas prestaram a última homenagem aos mortos no acidente aéreo que vitimou grande parte da equipa de futebol do clube brasileiro Chapecoense, um dos seis sobreviventes, o jogador Alan Ruschel, foi desentubado e já respira sem o apoio de aparelhos, segundo adiantou o jornal "O Globo".

Foi a irmã do jogador que decidiu partilhar no Instagram uma imagem do jogador com a mensagem que o pai de ambos deixou: “Estou muito feliz com a recuperação do meu filho. Está respirando sem ajuda dos aparelhos, retiraram essa madrugada [sábado], já está comendo sem ajuda de sonda”, descreve o pai de Alan Ruschel.

Debaixo de chuva, o cortejo em Chapecó, cidade de cerca de  200 mil habitantes do estado de Santa Catarina, começou no sábado cerca de hora e meia depois da chegada dos aviões que transportavam os restos mortais de 50 das 71 vítimas do acidente ocorrido a 28 de Novembro. Após uma breve cerimónia, ainda na pista, as urnas foram recebidas com honras militares, numa cerimónia encabeçada pelo Presidente Michel Temer.

De Chapecó até ao estádio Arena Condá, calcula-se que cerca de 100.000 pessoas tenham participado na cerimónia fúnebre colectiva, que contou com a presença de autoridades brasileiras e personalidades do futebol, nomeadamente o presidente da FIFA, Gianni Infantino, que se assumiu "brasileiro e chapecoense” durante a homenagem. 

No estádio do Chapecoense, as pessoas despediram-se das vítimas gritando “O campeão voltou”, enquanto os jogadores das categorias inferiores do clube subiram ao relvado para mostrar que ainda há esperança no futuro do pequeno clube brasileiro.

“Saíremos daqui todos vitoriosos, porque somos Brasil, somos Colômbia, somos todas as nações e todos os credos”, disse o bispo de Chapecó, Odelir José Magri, que levou uma mensagem solidária enviada pelo papa Francisco. A emotiva despedida dos adeptos aos futebolistas e dirigentes prolongou-se por mais de três horas.

As alusões à Colômbia e ao Atlético Nacional de Medellín, com quem ia disputar a primeira mão da final da Taça Sul-americana, foram uma constante durante o velório colectivo. Num vídeo, a Chapecoense agradeceu, com um obrigado em várias línguas, as manifestações de carinho recebidas de todos o mundo. “Procurámos uma palavra para agradecer tanto carinho e encontrámos várias: 'gracias', 'thank you', ‘merci’, ‘grazie’, ‘danke’, ‘gràcies’, ‘salamat’”,  observa-se no pequeno filme.

A queda do avião na segunda-feira, perto de Medellín (Colômbia), causou a morte a 71 das 77 pessoas que seguiam a bordo, incluindo a maioria dos jogadores, dirigentes e jornalistas que acompanhavam a equipa, que se preparava para disputar a primeira mão da final da Taça Sul-Americana com os colombianos do Atlético Nacional.

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