Metro a funcionar em São Paulo e no Rio, mas há manifestações

Trabalhadores desconvocam greves, mas protestam contra despedimento de colegas. Paralisações em autocarros e aviões no Rio de Janeiro e noutras cidades.

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Trabalhadores do Metro exigem readmissão dos colegas que foram despedidos NELSON ALMEIDA/AFP

Apesar da desconvocação da greve dos trabalhadores do Metro em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Brasil vai ser palco de manifestações e outras paralisações contra a realização do Mundial 2014, que começa nesta quinta-feira.

O maior protesto, segundo o jornal Folha de S. Paulo, vai decorrer em frente à estação do Metropolitano do Carrão, na zona leste da cidade, e poderá envolver até 3000 pessoas. Os organizadores do protesto admitem marchar até às proximidades do Estádio Arena de São Paulo, popularmente conhecido como Itaquerão, e que fica localizado a 12 quilómetros de distância.

Mais perto, a 3,5 quilómetros do estádio onde vai decorrer o jogo inaugural, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto vai protestar através da realização de jogos de futebol entre trabalhadores do Metro, dos autocarros e professores, além de outros profissionais, em protesto contra a organização do Mundial no Brasil.

Por volta da mesma hora (10h em São Paulo, 14h em Portugal continental), os trabalhadores do Metro vão protestar em frente ao sindicato contra o despedimento de 42 colegas que fizeram greve.

Metro a circular em São Paulo e Rio de Janeiro
Depois de ter convocado uma greve de cinco dias (que foi suspensa entre segunda-feira e quarta-feira), o sindicato que representa os trabalhadores do Metro de São Paulo decidiu na madrugada desta quinta-feira não retomar a paralisação, apesar do fracasso das negociações com o governo de São Paulo para a readmissão dos 42 grevistas que foram despedidos.

O Metro é o principal meio de transporte para o estádio que vai acolher a partida inaugural e, segundo as autoridades, calcula-se que venha a ser utilizado por cerca de 50 mil adeptos, que têm bilhete para o jogo entre o Brasil e a Croácia (21h em Portugal continental).

Os trabalhadores do Metro do Rio de Janeiro, que também ameaçaram fazer greve, aceitaram, na noite de quarta-feira (madrugada de quinta-feira em Portugal continental), a proposta de aumento salarial oferecida pela empresa e também desistiram da paralisação.

Greves nos aviões e autocarros
Contudo, apesar de o Metro das duas maiores cidades do Brasil estar a funcionar, foram convocadas greves que vão afectar outros transportes.

A intersindical do pessoal de terra de três aeroportos do Rio de Janeiro iniciou uma paralisação de 24 horas às 0h (4h em Portugal continental).

Os trabalhadores de terra prometeram assegurar 80% do serviço, o que não evita os receios relativamente a atrasos, dado que milhares de turistas viajam para o Brasil para verem o Mundial – o primeiro jogo no Rio de Janeiro está marcado para domingo.

A greve parcial vai afectar os aeroportos de Santos Dumont (doméstico), de António Carlos Jobim (ou Galeão) e de Jacarepaguá.

A cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, também vai viver uma jornada de greve, já que os motoristas dos autocarros convocaram uma paralisação para esta quinta-feira, também reivindicando melhorias salariais.

Segundo o Sindicato de Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Passageiros do Rio Grande do Norte, apenas 30% da frota estará em funcionamento.

Em Fortaleza, outra das 12 sedes do Mundial, também estão convocadas paralisações para os dias em que se realizam jogos na cidade.

O estádio "Castelão", em Fortaleza, vai acolher quatro partidas durante a fase de grupos (Uruguai-Costa Rica, Brasil-México, Alemanha-Gana, Grécia-Costa do Marfim), um dos oitavos-de-final e outro dos quartos-de-final.

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