A temporada de 2014 foi um tédio competitivo em Moto GP. Nas dez primeiras corridas, o vencedor foi sempre o mesmo e já não haveria grandes dúvidas que Marc Márquez iria ser campeão mundial pela segunda vez. Márquez acabaria a época com 13 vitórias em 18 corridas, um dos muitos recordes que foi batendo em apenas dois anos na categoria máxima do motociclismo. Em 2015, o jovem espanhol de 22 anos é o principal favorito ao título de Moto GP e, a partir deste domingo, no Grande Prémio do Qatar, em Doha, veremos como está a concorrência e veremos também como está o português Miguel Oliveira na sua nova equipa em Moto3, em que é um dos principais candidatos ao título

As indicações de pré-época foram boas para o campeão do mundo vigente, mas também animadoras para a sua concorrência. Dani Pedrosa, o seu companheiro de equipa, parece mais perto do compatriota com quem divide a garagem, assim como as Yamaha de Jorge Lorenzo e Valentino Rossi, não esquecendo a dupla italiana de Andreas da Ducati, Dovizioso e Iannone. Mas Márquez, que dominou os treinos livres em Doha, diz que se sente ainda melhor que no ano passado.

“Este ano sinto-me muito melhor, porque no ano passado estava lesionado na pré-temporada. Estou com muita vontade de começar bem esta temporada, porque é muito importante”, garante o piloto catalão. O que aconteceu nos treinos livres em Doha indicia, pelo menos, um início em grande para Márquez, o mais rápido em todas as sessões. Mas o espanhol sabe de onde vem a concorrência. “O Dani e os dois da Yamaha serão os meus rivais”, sintetiza.

A carreira de Márquez tem sido uma sucessão de recordes. Depois de títulos consecutivos em Moto3 e Moto2, ele já é o campeão mais novo de sempre em MotoGP, depois de ter assegurado o seu primeiro título com 20 anos, e tornou-se no bicampeão mais novo. Agora, poderá tornar-se no tricampeão mais novo de sempre, sendo que não seria o primeiro tricampeão nas três primeiras épocas de sempre. O primeiro a conseguir o feito foi o norte-americano Kenny Roberts, entre 1978 e 1980.

Numa época marcada pelo regresso da Suzuki após três anos de ausência (terá a dupla espanhola Maverick Viñales e Aleix Espargaro), a maior concorrência a Márquez virá de outro espanhol que também já foi bicampeão do mundo, Jorge Lorenzo, que na última temporada foi terceiro do Mundial, atrás de Márquez e de Rossi. “Temos uma boa moto. Comparando com o ano passado, acho que estamos a ganhar e ainda temos uma boa margem para melhorar”, disse o campeão de 2010 e 2012.

O veterano da grelha é Valentino Rossi. Com 36 anos, o italiano é, pela primeira, o mais velho entre todos os pilotos e esta será a sua 20.ª temporada (começou nas 125cc em 1996). Mas ele não gosta que lhe chamem velho e vai mantendo a motivação para mais um ano na pista. “A primeira corrida é sempre especial. Nota-se a pressão, a adrenalina. É como o primeiro dia de escola”, diz o homem da Yamaha que já foi sete vezes campeão na categoria principal.