Lewis Hamilton volta a reinar na Fórmula 1 seis anos depois

Corrida perfeita do piloto britânico em Abu Dhabi rendeu o 11.º triunfo da temporada e o bicampeonato. Nico Rosberg viu esfumar-se cedo o sonho do título e terminou em dificuldades na 14.º posição.

Lewis Hamilton em pista com o seu Mercedes
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Lewis Hamilton em pista com o seu Mercedes MARWAN NAAMANI/AFP
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Lewis Hamilton no momento em que corta a meta TOM GANDOLFINI/AFP
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O piloto britânico no final da corrida de Abu Dhabi Bernadett Szabo/Reuters
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Lewis Hamilton já com o troféu de campeão do mundo nas mãos e toda a equipa Mercedes atrás Hamad I Mohammed/Reuters
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Hamilton beija o troféu de campeão do mundo de Fórmula 1 Caren Firouz/Reuters

Seis anos depois de ter conquistado o primeiro título da carreira, Lewis Hamilton comemorou este domingo o bicampeonato de Fórmula 1 (F1), somando no circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, a 11.ª vitória da temporada. Ao cortar a linha de chegada, recebeu os parabéns, via rádio, do príncipe Harry, quarto na linha sucessória da coroa britânica: “És uma lenda.” Ainda na pista, Hamilton realizou a volta de consagração empunhando a bandeira do Reino Unido, foi às boxes comemorar com a namorada e os familiares mais próximos e, antes de subir ao pódio, isolou-se um pouco para chorar. Digeridas todas as emoções, partilhou então o que lhe ia na alma: “Foi a melhor corrida da minha vida.”

“Na noite passada fiquei a pensar que amanhã [domingo] seria o grande dia, que poderia acontecer alguma coisa com o carro e o campeonato ficaria comprometido. Naturalmente, pensamos em todas as coisas negativas que podem acontecer, mas eu tentei arduamente concentrar-me em todas as coisas positivas”, confessou o piloto da Mercedes, em declarações citadas pelo site oficial da F1. E, na realidade, tudo correu bem melhor do que o britânico poderia antecipar.

Hamilton partia para este Grande Prémio (GP) de Abu Dhabi com 17 pontos de vantagem sobre Nico Rosberg, seu colega na Mercedes e principal rival ao longo da época na luta pelo título, na classificação geral. Mas a pole position garantida pelo alemão na véspera e a originalidade dos pontos contarem a dobrar nesta última corrida (uma inovação introduzida esta temporada), colocavam alguma pressão em cima do britânico.  

Uma pressão que Hamilton começou a sacudir logo nos primeiros metros do GP, com uma excelente partida que o fez saltar do segundo lugar da grelha para a liderança. Começavam também a esfumar-se as esperanças de Rosberg em conquistar o mundial. E tudo foi piorando para o alemão, que só a muito custo terminou a prova, num inesperado 14.º lugar. “Estou muito desapontado. A oportunidade [de ser campeão] estava lá, mas tudo correu mal. No final, a minha corrida não fez diferença”, lamentou.

Na frente do pelotão, Hamilton foi dilatando a diferença para o seu colega de equipa, com o brasileiro Filipe Massa a seguir atrás da dupla da Mercedes. O piloto da Williams acabaria por ser o único com andamento para pressionar o britânico, nomeadamente nas voltas finais, tendo mesmo liderado provisoriamente a prova após as duas paragens do britânico para trocar de pneus. Terminaria na segunda posição, com o seu companheiro de equipa, Valtteri Bottas, a ocupar o último lugar do pódio.

Pelo meio, o motor do monolugar de Rosberg foi perdendo potência, devido a um problema no sistema de recuperação de energia (ERS), com o alemão a ceder sucessivas posições, até sair dos lugares pontuáveis. Nessa altura, já nem uma desistência de Hamilton poderia valer-lhe. “Lewis venceu de forma justa. Mereceu ganhar hoje [domingo] e também merece ganhar o campeonato”, admitiu no final, com fair play, antes de comentar a intensa rivalidade que protagonizou esta temporada com o antigo companheiro dos karts e amigo da adolescência: “Fui melhor do que ele [Hamilton] nas qualificações nos últimos dois anos e preciso melhorar um pouco nas corridas para ir mais além. Vou-me esforçar por isso.”

O segundo título de Hamilton acabou por ser bem menos complicado do que o primeiro, conquistado em 2008, também decidido na derradeira prova. Na altura o piloto inglês cumpria o seu segundo ano na modalidade e apenas confirmou o campeonato na última curva de um GP do Brasil em que esteve muito próximo de ser surpreendido por Massa, vencedor dessa corrida e que era virtual campeão quando cortou a meta.

Com este triunfo, Hamilton junta-se ao selecto grupo de bicampeões mundiais, composto pelo italiano Alberto Ascari (1952 e 1953), os também britânicos Jim Clark (1963 e 1965) e Graham Hill (1962 e 1968), o brasileiro Emerson Fittipaldi (1972 e 1974), o finlandês Mika Hakkinen (1998 e 1999) e o espanhol Fernando Alonso (2005 e 2006). A Mercedes está igualmente em festa, juntando o título de pilotos (o primeiro para a equipa alemã desde o triunfo do argentino Juan Manuel Fangio, em 1955) ao de construtores. 

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