Laver Cup quer ser mais um ponto alto do calendário tenístico

A primeira edição da prova está marcada para Setembro de 2017

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Roger Federer é o grande impulsionador da nova competição do calendário tenístico internacional FILIPPO MONTEFORTE/AFP

Foi Roger Federer que teve a ideia e a empresa que gere a sua carreira, Team8, desenvolveu-a: uma nova competição que junte os melhores tenistas do mundo, num formato inédito, semelhante ao da Ryder Cup no golfe. Tem o nome de Laver Cup, em homenagem a um dos ídolos do suíço, Rod Laver, o único na história a conquistar o Grand Slam por duas vezes: venceu os quatro maiores torneios em 1962 e 1969.

“Rod Laver é alguém que eu sempre vi como uma inspiração. Penso que é importante que as lendas deixem um legado e Rod Laver destaca-se pelos seus feitos, a sua personalidade e tudo o mais”, justificou Federer, antes de frisar a importância da prova: “Queremos que tenha significado e se os jogadores de topo jogarem e perceberem que estão a representar o seu continente, penso que pode ser mesmo interessante. Mas tem de ser disputado com entrega, darem tudo o que têm, senão, será apenas uma exibição que pode ter lugar em qualquer parte do mundo.”

Com uma periodicidade anual, com excepção dos anos em que haverá Jogos Olímpicos, a Laver Cup será realizada no final de Setembro, rodando por vários países. Oporá uma selecção da Europa a outra do Resto do Mundo durante três dias, no formato de três singulares e um par por dia; em casa de igualdade (6-6) haverá um derradeiro encontro de pares. Cada equipa será composta por seis jogadores: quatro seleccionados através do ranking e outros dois escolhidos pelo respectivo capitão – em cuja primeira edição, em 2017, deverão ser nomeados pelo próprio Laver.

Ou seja, Federer, Novak Djokovic, Andy Murray, Rafael Nadal e Stan Wawrinka poderão competir pela mesma equipa. “Nunca joguei pares com Rafa, Novak ou Andy, por isso, talvez haja aí uma primeira vez, a apoiar uns aos outros, a dar ‘high-fives’. Poderá ser bem fixe, por isso tem que ter significado”, acrescentou Federer.

A prova foi apresentada durante o último Open da Austrália e teve logo o apoio da federação australiana, Tennis Australia, e do antigo jogador brasileiro da Taça Davis e agora empresário, Paulo Lemann.

“É uma grande honra ter o meu nome nisto. Penso que todos os jogadores europeus estão nos lugares cimeiros mas penso que será uma prova justa e muito competitiva. É um conceito único no ténis. Existe no golfe e tem sucesso, com a Ryder Cup e a Presidents Cup”, disse Laver, actualmente com 77 anos.

A Laver Cup terá prémios monetários para as equipas, mas não prémios de presença para os jogadores. Contudo, o ponto mais polémico é a introdução de mais um evento num calendário bastante preenchido – a época do circuito masculino dura 11 meses.

E há a centenária Taça Davis, organizada pela ITF (International Tennis Federation) que nem sempre consegue atrair os melhores tenistas e que tem suscitado bastantes discussões sobre uma mudança de formato.

“Obviamente, tudo o que se acrescenta a um calendário tem sempre impacto. Qualquer mudança e o edifício começa a abanar. Qualquer coisa nova cria ondas de choque no actual sistema a que os jogadores já estão habituados, mas isso não significa necessariamente que seja negativo. Penso que a Taça Davis, com a sua história, é incrível, nunca irá desaparecer. Não sei que mudanças David Haggerty [presidente da federação internacional] quer fazer ou o que a ITF quer fazer, mas independentemente disso, não penso que os dois eventos venham a ser rivais. Um decorre durante quatro semanas no período de um ano; este, será apenas um fim-de-semana. Para além de ser uma competição por equipas, não vejo outras semelhanças”, explicou Federer.

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