O inesperado Kelvin mantém o FC Porto na corrida

O jovem brasileiro esteve guardado no banco até aos 77 minutos, mas foi determinanteno triunfo do FC Porto, ao apontar dois golos em quatro minutos.

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Francisco Leong/AFP

Até ao jogo com o Sporting de Braga, decisivo para se manter na corrida pelo título, o FC Porto já tinha beneficiado esta época de golos de 18 dos seus jogadores. Esta segunda-feira, foi fundamental a pontaria do 19.º a estrear-se a marcar, o improvável Kelvin, para o campeão vencer no Porto os bracarenses (3-1) e continuar a pensar na possibilidade da revalidação.

O jovem brasileiro de 19 anos, que tem dividido a sua primeira temporada no Dragão entre a equipa principal e a B, entrou apenas aos 77’, mas ainda a tempo de apontar os dois golos que desempataram o jogo e concluíram a reviravolta portista, depois de ter sido Alan a inaugurar o marcador. Com cinco jornadas para o fim do campeonato, o FC Porto está a quatro pontos do líder Benfica e o Braga, embrenhado num duelo com o Paços de Ferreira, a três do seu concorrente pelo acesso à Liga dos Campeões.

Quando o esquerdino entrou para o lugar do desinspirado Lucho, a equipa de Vítor Pereira estava virtualmente a seis pontos das “águias”, insistia mais do que no resto do encontro, mas continuava a demonstrar muita dificuldade em entrar na grande área de Quim, enquanto a formação de José Peseiro, apesar da inédita dupla de centrais, continuva a defender-se bem. Mas o pé esquerdo de Kelvin, que nesta época só tinha obtido um golo na II Liga, fez mesmo a diferença, resolvendo um problema delicado e mais uma exibição com muita posse de bola, mas também muito previsível.

A surpresa do Braga foi a ausência de um ponta-de-lança. Carlão ficou no banco e Mauro foi titular para ajudar Custódio na luta do meio-campo. Apesar de curta no relvado, a equipa visitante conseguiu ser a primeira a criar real perigo (quando João Pedro ficou isolado após um mau atraso de Otamendi, mas não conseguiu bater Helton) e também a marcar: Alan combinou com Mossoró e fez o 0-1 (22’).

O brasileiro, subaproveitado quando representou os “azuis e brancos”, somou o quinto golo na Liga, 11.º da temporada. Encostado à esquerda, ele, Mossoró e João Pedro conseguiram ser perigosos no contra-ataque, mas desta vez Peseiro tentou ser mais realista que romântico.

Nos primeiros 20’ parecia que as grandes áreas tinham repelente. Os primeiros seis remates do jogo (quatro para o FC Porto, dois para o Braga) foram feitos de fora da área e sem perigo. Aos 37’, James Rodríguez resgatou o FC Porto dos assobios dos adeptos, com um bom golo. Inevitavelmente, obtido a partir de fora da área. Nos minutos seguintes, James e Jackson — que vai no quinto jogo seguido sem facturar, muito por culpa da falta de serviço — tentaram o 2-1, mas na segunda parte regressaram os problemas (insistência nos lançamentos para a área pelo meio do campo, falta de jogo pelos flancos e de um segundo homem para acompanhar Jackson) e a estabilidade dos visitantes atrás, onde Nuno André Coelho e Aderlan Santos se entenderam bem.

Um remate perigoso de Carlão após assistência de Alan e dois remates na barra da baliza de Quim por Otamendi e Alex Sandro foram os destaques do segundo tempo até à entrada de Kelvin, a quem Vítor Pereira não dava uma oportunidade há mais de dois meses. O brasileiro foi espontâneo a rematar aos 83’ e 86’, virando o jogo a favor do FC Porto. Sábado há mais, quando as duas equipas se defrontarem novamente na final da Taça da Liga.

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