Katie Ledecky já não se contenta só com uma medalha de ouro

Norte-americana triunfa nos 1500m livres com um novo recorde mundial, naquele que foi o seu segundo título em Kazan.

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Ledecky já conquistou duas medalhas de ouro e pode sair de Kazan com cinco Michael Dalder/Reuters

Em Londres 2012, Katie Ledecky era a mais nova, não só da equipa de natação, mas de toda a extensa comitiva norte-americana (530 atletas). Tinha 15 anos, quatro meses e dez dias no dia da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Só estava inscrita num evento, os 800m livres, em que não era a favorita, mas ganhou a medalha de ouro com mais de quatro segundos sobre a concorrência. Um ano depois, nos Mundiais de Barcelona, já não se contentou com apenas um título — conquistou cinco — e nos Mundiais que estão a decorrer em Kazan, na Rússia, Ledecky vai pelo mesmo caminho. Depois do título nos 400m livres no primeiro dia, a jovem norte-americana triunfou nos 1500m livres e com mais um recorde do mundo, batendo a sua própria marca estabelecida nas eliminatórias da véspera.

Ledecky até tinha batido o recorde no dia anterior quase por acidente — “provavelmente o recorde mais cool da minha carreira”, disse — e na final voltou a ser o que se esperava dela, dominadora da primeira à última piscina, terminando com o tempo de 15m25,48s, menos 2,33s que a sua anterior marca e deixando a neozelandesa Lauren Boyle a 14,66s — a húngara Boglarka Kapas ficou com o bronze, a 21,61s de Ledecky. Foi o sexto título mundial (o segundo em Kazan) para a norte-americana, que, pouco depois de triunfar na prova mais longa em piscina, ainda conseguiu a qualificação para a final dos 200m livres, ficando em terceiro na sua meia-final.

Nos 200m livres é onde Ledecky terá a maior concorrência nesta sua campanha do ouro, enfrentando nomes como a italiana Federica Pellegrini ou a sua compatriota Missy Franklin. Já na outra prova em que está inscrita, os 800m livres, é considerada a grande favorita, e deverá, ainda, integrar a estafeta norte-americana dos 4x200m livres. Se tudo lhe correr na perfeição, sairá de Kazan com cinco medalhas de ouro. E já se sabe que ela vai dar tudo, apesar do calendário super-carregado. “Não sou capaz de abrandar em nenhuma prova”, garante Ledecky, que já bateu nove vezes o recorde do mundo, sendo a detentora dos máximos em 400m, 800m e 1500m livres.

O recorde de Ledecky não foi o único do dia. Houve mais dois e ambos nas eliminatórias da mesma prova, os 50m bruços, uma distância não olímpica. Primeiro, foi o sul-africano Cameron van der Burgh a fixar o novo máximo em 26,62s, batendo a sua marca de 26,67s feita nos Mundiais de Roma, em 2009. Depois, nas meias-finais, o britânico Adam Peaty baixou o recorde mundial para 26,42s. Estão lançadas as bases para mais uma final renhida entre o britânico e o sul-africano, depois do que aconteceu nos 100m bruços, em que Peaty ficou com o ouro por apenas 0,07s.

Portugal esteve nesta terça-feira representado por Nuno Quintanilha, que terminou na 30.ª posição as eliminatórias dos 200m mariposa, ao concluir a prova quase quatro segundos acima do seu recorde pessoal, em 2m01,46s.

As finais do dia

Femininos

1500m livres

1.º Katie Ledecky (EUA)15m25,48s

2.º Lauren Boyle (Nova Zelândia)15m40,14s

3.º Boglarka Kapas (Hungria) 15m47,09s

100m bruços

1.º Yuliya Efimova (Rússia) 1m05,66s

2.º Ruta Meylutite (Lituânia)1m06,36s

3.º Alia Atkinson (Jamaica) 1m06,42s

Masculinos

100m costas

1.º Mitchell Larkin (Austrália) 52,40s

2.º Camille Lacourt (França) 52,48s

3.º Matt Greevers (EUA) 52,66s

200m livres

1.º James Guy (Grã-Bretanha) 1m45,14s

2.º Sun Yang (China) 1m45,20s

3.º Paul Biedermann (Alemanha) 1m45,38s

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