Kaká voltou a casa mas está triste por Neymar

Médio ofensivo foi apresentado como jogador do São Paulo até ao final do ano.

Foto
Kaká vai continuar a jogar futebol, agora no São Paulo Miguel Vida/Reuters

É domingo, não há Copa, e São Paulo parece uma cidade tranquila. Porém, basta chegarmos perto do Estádio do Morumbi para essa impressão ficar para trás. Mas o campeonato brasileiro não está parado?! Está, sim. E, no entanto, milhares de pessoas entram no recinto e sentam-se na bancada. Tudo para ver a apresentação de Kaká, de regresso ao clube onde foi formado 11 anos depois de ter rumado ao futebol europeu. Depois de passagens por Milan e Real Madrid, o internacional brasileiro de 32 anos comprometeu-se com o Orlando City, da Liga norte-americana de futebol. Uma vez que o clube só fará a estreia no campeonato dos EUA em 2015, até ao final do ano Kaká foi cedido ao São Paulo. E foi recebido com entusiasmo por milhares de adeptos.

Sol, céu limpo e temperatura amena foi o cenário da apresentação de Kaká, chamado ao palco instalado no relvado do Morumbi por dois ícones da equipa: o guarda-redes Rogério Ceni e o avançado Luís Fabiano (que passou pelo FC Porto em 2004-05). E houve recados para Scolari, com os adeptos na bancada a reivindicarem Fabiano para o lugar de Fred e a chamarem a Ceni “o melhor goleiro do Brasil”. “A selecção é o ‘time’ do São Paulo”, resumiram num cântico.

Kaká, que entre os oito e os 21 anos representou o São Paulo, falou num dia “muito especial”. “Foi desejo meu que este período [de seis meses] fosse aqui no São Paulo. Podia ter escolhido outras oportunidades, mas os adeptos, o meu desejo de voltar, tudo contribui para que seja um período maravilhoso. Mas o meu vínculo com o São Paulo vai ser para sempre”, sublinhou o futebolista na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação. “Gostaria muito de ser campeão brasileiro, porque não tenho esse título. Estou mais maduro e experiente dentro de campo. Consigo ter uma visão de jogo melhor do que tinha quando era mais novo e consigo escolher melhor as jogadas”, acrescentou.

A lesão que retirou Neymar do Mundial era um assunto incontornável. “Como todo o amante do futebol, fico triste. O Brasil perde e o futebol também perde. Espero que esta saída do Neymar seja um empurrão para os jogadores da selecção na meia-final”, apontou Kaká, confessando que ter ficado fora dos escolhidos por Scolari “não foi uma frustração”. “Fiz tudo o que era possível, dentro do que podia fazer. O treinador faz as suas escolhas. Se o meu ciclo na selecção acabou, isso vamos ver depois. Em princípio sim, mas nunca se sabe o que pode acontecer”, admitiu.

Quanto às exibições da selecção brasileira, Kaká disse que o desempenho da “canarinha” não está a ser mau. “Os jogadores estão sob uma pressão muito grande, mas não acho que o Brasil esteja a fazer um mau Mundial. Está entre os quatro melhores. Acho que a final ideal seria um Brasil-Argentina, mas não quero pensar no resultado final”, rematou com um sorriso.

Kaká vai ser treinado por Muricy Ramalho, e encontra os ex-FC Porto Álvaro Pereira, Luís Fabiano e Souza, assim como o ex-Benfica Alan Kardec, para além de Alexandre Pato, com quem jogou no Milan. “Há muitos jogadores com qualidade do meio-campo para a frente. Vai ser um problema bom para o treinador”, apontou o internacional brasileiro, confessando-se “ansioso” pela estreia. “Não vejo a hora. Estou a treinar-me, a preparar-me fisicamente. Espero começar a trabalhar com a equipa em breve. Mas não quero começar a jogar e depois ficar parado com problemas”, concluiu o futebolista eleito melhor jogador do mundo pela FIFA em 2007.

Sugerir correcção
Comentar