Juventus, os maiores de Itália

A equipa de Turim tem um extenso currículo e uma equipa de estrelas, superiormente comandada por António Conte.

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Pirlo, o homem que faz mexer a Juventus Stefano Rellandini/Reuters

Tem pedigree europeu, está perto de ser campeão italiano, tem a motivação extra com a perspectiva de poder jogar a final da Liga Europa em casa e terá nos seus quadros, aquele que será, provavelmente, um dos jogadores mais difíceis de defender no futebol mundial, Andrea Pirlo. É contra tudo isto que o Benfica vai ter de jogar nas meias-finais da Liga Europa, depois de ter sido emparelhado com a Juventus no sorteio realizado em Nyon. Para poder chegar à final de Turim a 14 de Maio, o Benfica tem de passar primeiro por… Turim.

Já por duas vezes o Benfica se encontrou com a “vecchia signora” em competições europeias, mas com sortes diferentes. Em 1967-68, nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, os “encarnados” seguiram para a final (onde seriam derrotados pelo Manchester United) após duas vitórias, primeiro por 2-0 na Luz (golos de Torres e Eusébio), depois por 1-0 em Itália (golo de Eusébio).

Em 1992-93, as duas equipas encontraram-se nos quartos-de-final da Taça UEFA e o Benfica ainda venceu a primeira mão em Lisboa por 2-1 (Vítor Paneira marcou os dois golos “encarnados, Gianluca Vialli marcou para a Juve), mas os italianos, orientados por Giovanni Trapattoni (que seria treinador campeão pelo Benfica em 2005), resolveram a eliminatória com um triunfo por 3-0 no Delle Alpi, com golos de Jurgen Kohler, Dino Baggio e Ravanelli. A Juve acabaria por ganhar a Taça UEFA nessa temporada, derrotando numa final a duas mãos o Borussia de Dortmund num total de 6-1.

A Juventus é a equipa que mais títulos conquistou na Série A italiana, 29, e prepara-se para conquistar o 30.º, liderando com oito pontos de vantagem sobre a AS Roma quando faltam seis jornadas para o final. Em termos de currículo europeu, a Juve tem duas Taças dos Campeões/Liga dos Campeões (1985 e 1996), três Taças UEFA (1977, 1990 e 1993), uma Taça das Taças (1984), duas Supertaças Europeias (1984 e 1996), para além de ter conquistado duas vezes a Taça Intercontinental (1985 e 1996).

Devido ao escândalo que ficou conhecido como Calciopoli, a Juventus passou a época 2006-07 na Série B, mas regressou ao primeiro escalão na época seguinte. Ainda passou alguns anos em reconstrução enquanto o Inter de Milão exercia o seu domínio, primeiro com Roberto Mancini, depois com José Mourinho, mas, em 2011-12, regressou aos títulos sob o comando de António Conte. O antigo capitão da Juve repetiu o feito no ano seguinte e tem tudo para o fazer em 2014, mas ainda está à procura de se voltar a impor no futebol europeu, tendo sido eliminado nos quartos-de-final da Champions da última época pelo Bayern Munique, sendo que na presente edição ficou-se pela fase de grupos, terceiro num agrupamento que incluía Real Madrid e Galatasaray.

Esta Juventus que vai estar na Luz no final do mês é, à boa maneira italiana, uma boa mistura de juventude e experiência, em que muitas das suas principais vedetas parece que não envelhecem. Comecemos pela baliza, onde Gianluigi Buffon se mantém inamovível há 13 anos, ainda um dos melhores guarda-redes em actividade e um símbolo incontornável, tendo-se mantido em Turim mesmo com a despromoção em 2006. O quarteto defensivo é composto por dois experientes internacionais italianos, Bonucci (central) e Chiellini (lateral-esquerdo), um internacional uruguaio, Cáceres (central) e um suíço Lichsteiner (lateral-direito).

No meio-campo conta com um dos jogadores mais desejados do futebol europeu, o jovem francês Pogba, que, por coincidência, até se estreou pela Juve num particular frente ao Benfica em Agosto de 2012. É um médio fisicamente poderoso, com faro pelo golo que chegou a Turim a custo zero proveniente do Manchester United, porque Alex Ferguson esperou demasiado para lhe dar minutos na equipa principal (em que fez apenas três jogos).

O Benfica também terá de contar com o chileno Arturo Vidal, um médio multifacetado e já considerado como um dos melhores da actualidade. Marchisio é um internacional italiano que joga no centro do terreno, formado nas escolas da Juventus e que foi ganhando o seu espaço durante a travessia pela Série B, e o ganês Asamoah (que Portugal irá ver de perto no Mundial) é o dono do lado esquerdo.

Mas a grande figura desta Juventus é Andrea Pirlo, o “regista” de 34 anos que pode resolver com um passe teleguiado a longa distância ou com um livre de fora da área. No ataque moram dois dos melhores avançados do futebol mundial, o argentino Carlos Tévez e o espanhol Fernando Llorente, ambos a cumprirem a primeira época em Turim.

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