O Departamento Federal de Justiça da Suíça anunciou esta quarta-feira ter bloqueado cerca de 73 milhões de euros, distribuídos por 13 contas, no âmbito do pedido de auxílio judiciário à investigação das autoridades norte-americanas aos alegados crimes de corrupção na FIFA.

Em comunicado, a justiça helvética anunciou ter enviado os documentos bancários para o ministério público dos EUA, considerando que estão criados os meios para se agir criminalmente contra altos funcionários do organismo máximo do futebol mundial envolvidos no processo.

Pelas referidas contas bancárias terão passado subornos para a concessão de direitos de transmissão em torneios disputados na América Latina e nos próprios EUA. No mês de Dezembro, as autoridades norte-americanas acusaram 16 antigos dirigentes de futebol latino-americanos de vários casos de corrupção no âmbito dos direitos de televisão e de marketing de jogos organizados pela FIFA.

Estas acusações foram tornadas públicas a 3 de Dezembro último, no mesmo dia em que a polícia suíça deteve dois vice-presidentes da FIFA em Zurique, o hondurenho Alfredo Hawit e o paraguaio Juan Angel Napout.

A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em Maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos EUA e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

Entretanto, o francês Michel Platini, suspenso por oito anos pelo Comité de Ética (CE) da FIFA de toda a actividade ligada ao futebol, não terá cumprido a principal regra da penalização que lhe foi imposta, ao comparecer no Globe Soccer Award, que premeia o melhor jogador do mundo em 2015, no passado domingo, no Dubai. A questão foi levantada pelo jornal francês L’Equipe, que coloca a hipótese do ex-presidente da UEFA poder ter complicado a sua situação junto do CE da FIFA, arriscando uma nova investigação e outra punição, desta vez por violar as determinações deste organismo.

Platini foi fotografado durante a cerimónia do Globe Soccer Award, que premiou o argentino Lionel Messi, do Barcelona, como o melhor jogador de 2015, ficando o português Cristiano Ronaldo na segunda posição. O antigo líder da UEFA e ex-candidato à cadeira presidencial da FIFA é suspeito de corrupção por ter recenido um pagamento de 1,8 milhões de euros feito por Joseph Blatter (anterior presidente da FIFA, que foi também banido do futebol por oito anos) em 2011, relativo a serviços prestados pelo francês ao organismo do futebol mundial alguns ano antes.