José Marin: "Vamos para o inferno se perdermos o Mundial"

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ao relembrar a derrota de 1950, defende que a instituição e a selecção brasileira encontram-se, actualmente, no “purgatório”.

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Foto: Rafael Ribeiro/AFP

José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), defende que a selecção brasileira e a organização encontram-se no “purgatório [ao relembrar o que aconteceu no Brasil em 1950]” .“Se ganharmos [o Mundial], vamos para o céu. Se perdermos, vamos todos para o inferno”, explicou.

No último Campeonado do Mundo no Brasil (1950) – no qual a selecção anfitriã perdeu, na final, contra o Uruguai – os jogadores sofreram inúmeros preconceitos em virtude da derrota. Nos anos seguintes, alguns deles foram, inclusive, tratados como traidores. É o caso do guarda-redes Barbosa e do médio Bigode, os maiores culpados pela reviravolta no marcador (1-2), em pleno Maracanã, e que hoje já existe em documentário. Até Lula da Silva já dizia, em 2010, que "só Deus sabe o que vai acontecer se o Brasil perder o Mundial [discurso após a eliminação na África do Sul] "

Mas não foi só José Marin que defendeu a responsabilidade da equipa brasileira. Zagallo, antigo jogador e treinador da selecção "canarinha", salientou que “o Brasil tem obrigação de ganhar [o campeonato] em casa”. Já Luiz Felipe Scolari, técnico da formação da casa, defendeu que a equipa “está pronta”, mas ironizou dizendo que, se perder o Mundial, vai “pedir asilo ao Kuwait [selecção comandada pelo técnico entre 1990 e 1991] ”.

Pelé, um dos maiores ídolos e defensores do futebol no país, também deu o seu voto na matéria, ao relembrar a importância de vencer, para diminuir as tensões no país. "Se o Brasil não vencer, os brasileiros voltarão a protestar", concluiu.

O Campeonato do Mundo começa daqui a 78 dias. A contagem é regressiva e a tensão aumenta. Será o Brasil capaz de contornar as adversidades e vencer em casa?

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