José Couceiro: “O Sporting não é um clube em que se possa andar em fases de aprendizagem”

Situação de crise no clube de Alvalade foi comentada pelo antigo técnico e dirigente "leonino".

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José Couceiro defende que o Sporting precisa de um rumo Miguel Riopa/AFP

José Couceiro, antigo director desportivo e treinador dos “leões”, não dá uma opinião sobre a futura assembleia geral do Sporting com a intenção de destituir a direcção liderada por Godinho Lopes, mas ontem considerou que o clube tem de ganhar estabilidade a nível directivo e de política desportiva.

“Quem dirige tem de ser uma equipa forte e coesa. Os credores têm de continuar a ser parceiros para que não haja problemas de tesouraria, o resto tem a ver com política desportiva, coragem para tomar decisões. Não acredito em soluções externas, que não conheçam o core business da empresa que gerem. O Sporting não é um clube que permita que se possa andar em fases de aprendizagem”, afirmou Couceiro nesta quarta-feira, à margem do Fórum Nacional do Desporto, que se está a realizar em Lisboa.

Couceiro não esclareceu se será, ou não, candidato à presidência do clube em futuras eleições. “A partir do momento em que disse que não iria tomar conta da equipa quando entrei para director-geral do Sporting, nunca mais digo isso porque posso cair no erro de toda a conjuntura ser diferente e vir a ser acusado de que disse uma coisa e fiz outra”, limitou-se a dizer.

Para o antigo treinador dos “leões”, os problemas do clube estão relacionados com a falta de estabilidade e constantes mudanças nos dirigentes e no paradigma da política desportiva: “Como se tem visto, não há uma unidade e assim torna-se mais difícil resolver os problemas, que não são apenas de ordem económico-financeira. São mais amplos do que isso, têm a ver com lideranças que se alteram constantemente, com alterações de politica desportiva. Não há uma estratégia de médio prazo, e isso é penalizante.”

Couceiro considera ainda que a política de apostar nos jogadores da formação é o caminho a seguir: “Não concordo é termos investido numa academia, com uma estratégia de fazer crescer os nossos jogadores e depois não termos espaço para o seu aproveitamento. Neste momento as coisas começaram a inverter-se; há dois anos, era o contrário. Nem sequer a médio prazo conseguimos ter uma linha de orientação. Neste momento, não sei o que se pretende ao certo. Quer-se limitar custos e é o que tem de ser.”
 
 

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