Entre Académica e Benfica, a tradição ainda é o que era

“Encarnados”, que não sabem o que é perder em Coimbra para a Liga há 40 anos, ficam à espera do jogo do Sporting para saber se se isolam no segundo lugar. Cardozo marcou pelo quinto jogo consecutivo na Liga.

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Cardozo inaugurou o marcador neste remate Francisco Leong

Quando chegar o dia 9 de Dezembro, vão cumprir-se rigorosamente 40 anos sobre a última vitória da Académica sobre o Benfica para o campeonato, em Coimbra. Nesta sexta-feira, os “estudantes” foram demasiado comedidos nas ambições e acabaram dobrados (0-3) por um adversário que joga hoje mais com a cabeça do que com a nota artística de outros tempos. Pela primeira vez esta época, os “encarnados” vão olhar, provisoriamente, o Sporting de cima para baixo na classificação.

O perfil do Benfica 2013-14, por mais que os resultados tentem contrariá-lo, continua a ser mais isto do que outra coisa: uma equipa sem ideias, incapaz de ligar o meio-campo e o ataque e sem qualquer apetência para improvisar.

Foi por isso que facilmente se viu amarrada no colete de forças da Académica durante a primeira meia hora de jogo. Gaitán estava desinspirado na frente, Cortez desastrado no apoio, Ivan Cavaleiro precipitado na outra faixa.

O que os “encarnados” não conseguiam resolver de forma colectiva, resolveu o famoso pé esquerdo de Cardozo.

Os centrais da Académica deram uma nesga de espaço ao paraguaio e, de fora da área, saiu um daqueles remates amigos da baliza.

Foi aos 34’, dois minutos antes do momento mais caricato da noite: nova investida dos visitantes no ataque, cruzamento de Gaitán, Cardozo embrulhado no meio de dois defesas e Marcelo, com a nuca, a fazer autogolo.

A Académica, que dividia a posse de bola com o adversário (48% contra 52% ao intervalo) mas só conhecia a baliza de Artur de ouvir falar, perdeu então o fio à meada e deixou o Benfica, mesmo em serviços mínimos, monopolizar as operações até ao intervalo.

E o que se viu no início do segundo tempo foi o que se tinha visto no início do primeiro. As equipas encaixadas, o meio-campo superpovoado e uma ou outra fuga de um jogador, neste caso da Académica (fosse Rafael Oliveira ou Djavan), sem efeitos práticos.

Sérgio Conceição precisava de mudar, mas arriscou pouco ao trocar Bruno China por Ivanildo e Rafael por Manoel. Jesus estava confortável, mas decidiu acelerar o regresso de Markovic à equipa, depois da lesão.

E o sérvio, um poço de imprevisibilidade, deu um pouco de cor ao ataque “encarnado”, com uma ou duas arrancadas daquelas que não vêm nos livros. Foi um aperitivo para o lance mais vistoso do jogo, quando, aos 86’, Ruben Amorim o libertou com um passe cirúrgico e o avançado contratado ao Partizan por 10 milhões de euros trocou as voltas a Ricardo com um chapéu que vale a pena rever.

À 9.ª jornada, a melhor série de vitórias do Benfica no campeonato foi assegurada.

 


 

 

 

 

 

 


 

 


 

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