É apenas mais uma linha no extenso guião que tem caracterizado as últimas semanas da vida do Parma, a viver uma crise financeira em precedentes. Depois de se terem disponibilizado para viajarem até Génova nas viaturas pessoais, para o jogo da 25.ª jornada da Série A, os jogadores do clube recuaram. Resultado? O Parma falha a segunda ronda consecutiva do campeonato.

Com um volume de dívidas estimado em 100 milhões de euros, salários em atraso aos jogadores desde Julho de 2014, a maior parte dos bens penhorados e a ameaça permanente de insolvência, o Parma vive dias trágicos. Apesar de não haver sequer dinheiro para assegurar a viagem a Génova (nem para o alojamento), para a partida de domingo, os jogadores ofereceram-se a meio da semana para tratar da deslocação, mas nesta sexta-feira o cenário mudou.

"Não vamos jogar no domingo, já pedimos que o jogo fosse adiado. Se não concordarem com o adiamento, entraremos em greve e perdemos por 3-0", declarou ao site do Parma o capitão de equipa, Alessandro Lucarelli.

Pouco depois, foi tornada pública a posição da federação italiana (FIGC). "Tendo em conta o moral dos jogadores, concordei com o adiamento, mas não posso fazê-lo todos os domingos", alertou o presidente do organismo, Carlo Tavecchio. "É uma ocorrência muito grave do ponto de vista administrativo e não creio que possa repetir-se, a não ser que uma entidade superior intervenha".

Actualmente, a situação está num impasse, com o presidente do Parma a prometer que tudo melhorará a partir da próxima segunda-feira. "Eles não quiseram apresentar as contas em tribunal, por isso não pode ser declarada a bancarrota e não se pode avançar para administração judicial", explicou Tavecchio.

Para sábado, está prevista uma conferência de imprensa conjunta de Lucarelli e do treinador do Parma, Roberto Donadoni.