Joaquim Silva leva o título de mais corajoso, mas não uma medalha

Na prova em linha sub-23 dos Mundiais de ciclismo, foi o norueguês Sven Erik Bystrom a brilhar mais alto.

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Foto: Miguel Riopa/AFP

O ciclista português Joaquim Silva animou nesta sexta-feira a prova em linha sub-23 dos Mundiais de Ponferrada, Espanha, mas pagou o esforço do ataque que abalou o pelotão, terminando na 16.ª posição.

O campeão nacional da sua categoria deu o esticão que acabou com a harmonia do pelotão, mas viu as forças faltarem-lhe ainda no falso plano que se seguia à primeira subida do circuito, chegando integrado no primeiro grupo que cortou a meta depois do novo campeão mundial, o norueguês Sven Erik Bystrom.

"O objectivo era atacar para ficar na frente. Se tivessem vindo mais dois ou três ciclistas comigo, se calhar, teria sido diferente. Assim, acabei por desgastar-me sozinho. Mas o ataque tinha de ser ali para fazer a diferença", explicou o  português, que ficou em 16.º, a sete segundos do primeiro.

Dado o tiro de partida, começaram as escaramuças, com as fugas a sucederem-se à medida que as dez voltas ao circuito de 18,2 quilómetros em Ponferrada iam caindo em contagem decrescente para o final da prova de fundo de sub-23.

De todas as tentativas, destaque para o austríaco Sebastian Schonberger, integrante de três grupos diferentes que animaram a jornada, mas que acabaram engolidos pelo permanente e incansável trabalho da Austrália para Caleb Ewan, um dos grandes favoritos à conquista da vitória.

Tal como estava delineado pelo seleccionador José Poeira, Joaquim Silva (Anicolor), Rafael Reis (Banco Bic-Carmim), Ricardo Ferreira (Rádio Popular) e Rúben Guerreiro (Liberty Seguros-Feira-KTM) mantiveram-se "escondidos" no pelotão, esperando o momento certo para tentar a sua sorte.

Depois de muita indefinição, de vários grupetos formados e anulados, a Espanha, cumprindo o seu papel de anfitriã, mexeu na corrida a pouco mais de 19 quilómetros do final, no "topo" do Mirador, mesmo antes da veloz e perigosa descida até à meta, em resposta ao ataque de Kevin Ledanois.

À entrada da última volta, assinalada pela sineta, o quarteto luso seguia integrado no grupo principal, a 13 segundos do francês, mas a realidade mudou com o ataque de Joaquim Silva.

O campeão nacional lançou-se em busca do ouro, conseguiu uma margem curta para os perseguidores, completamente desorganizados, mas foi ultrapassado pelo colombiano Brayan Chacon, sendo absorvido pelo grupo que o perseguia.

Silva pagou o desgaste do arranque e, na última cronometragem antes da meta, seguia a 15 segundos de Sven Erik Bystrom, que atacou rumo ao Mirador e, de seguida, desceu destemido rumo ao ouro, cumprindo o percurso em 4h32m39s.

Sete segundos depois, surgia na meta em Ponferrada o grupo do português que, sem caraterísticas de sprinter, viu Ewan e outro norueguês, Kristoffer Skjerping, ficarem com as medalhas.

Rafael Reis foi 46.º, a 1m03s, Ruben Guerreiro, que teve uma quebra física, foi 75.º, a 6m10s, e Ricardo Ferreira foi 80.º, a 9m18s.


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