João Sousa saiu de cena e levou Portugal atrás

Já não há representantes nacionais no Estoril Open, depois do duplo desaire do número um português e da eliminação de Frederico Silva nos pares.

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Vincent Kessler/Reuters

Caiu por terra a grande esperança portuguesa no Millenium Estoril Open. A dupla derrota sofrida nesta quinta-feira por João Sousa, nas variantes de singulares e de pares, reduziu a nada a presença nacional no único torneio da categoria ATP disputado em Portugal. Frente a Nicolás Almagro, o número 34 do ranking deu luta apenas no primeiro set; na companhia de gastão Elias, forçou o match tie-break com a dupla mais cotada da competição. Tudo somado, voltou a ficar demasiado curto o sonho de manter em casa o troféu.

Foi um dia aziago para Sousa, que voltou a não conseguir superar o primeito embate no principal torneio de ténis nacional. Depois de, em 2015, ter sido eliminado no primeiro encontro pelo compatriota Rui Machado, o número um português voltou a escorregar logo na estreia, que neste ano se fez na segunda ronda, já que ficou isento na eliminatória inicial em virtude do estatuto com que chegou ao Estoril.

O vimaranense até entrou bem na partida, fazendo um break muito cedo, vantagem que conseguiu segurar até ao final do set. Graças a um serviço consistente e a um jogo muito seguro, especialmente do fundo do court, o vimaranense foi obrigando Almagro a cometer erros e conseguiu tirar partido dessa estratégia (4-6).

A história do encontro mudou radicamente a partir do segundo set, porém. O espanhol (número 79 do ranking ATP) melhorou a qualidade das respostas, explorou muito as bolas longas e foi variando mais o jogo, acabando por chegar com facilidade a um primeiro e, depois, a um segundo break.

Incapaz de reagir, Sousa terminou o parcial com um susto, depois de ter tropeçado e de se ter queixado de dores no tornozelo (6-1). Regressaria ao court, mas já não conseguiria mudar o rumo dos acontecimentos. Sofreu novamente um break de entrada, ainda reduziu para 1-2, mas só seria capaz de ganhar mais um jogo perto do final do set, antes de Almagro fechar com um claro 6-2.

“Foi um jogo difícil. Ele entrou motivado. No início não fez praticamente nenhum erro e eu não sabia como entrar no seu jogo. Depois de fazer o break, consegui fazer mais o meu ténis”, descreveu o espanhol, que admitiu ter mudado de táctica para jogar “mais forte e a direito”.

De resto, o murciano de 30 anos mostrou-se mais consistente durante mais tempo, acumulou um número de winners muito superior ao do adversário (18 contra seis), o mesmo acontecendo com os ases (14 contra três), determinantes para minar a confiança de João Sousa.

“Penso que fiz um excelente primeiro set. Consegui jogar a um bom nível. No segundo set, ele começou a jogar melhor, serviu muito bem. No último set, tive alguns problemas físicos que se calhar me impediram, a nível físico e mental, de acabar bem o encontro”, resumiu o número um português, sem querer especificar se os problemas físicos se limitavam ao pé. Ainda assim, quis deixar claro: “Eu não estou a pôr as culpas na condição física. Não foi pela condição física que perdi”.

Essa seria a primeira derrota do dia para Sousa, que chegou ao encontro de pares com o cansaço acumulado da 1h42m que passara no court. Ainda assim, a dupla nacional entrou da melhor forma no embate com os polacos Lukasz Kubot e Marcin Matkowski, primeiros cabeças de série, impondo-se no primeiro parcial por 6-3.

A resposta dos adversários foi dada na mesma moeda no segundo set (3-6) e o equilíbrio manter-se-ia no super tie-break, que esteve nivelado até ao 7-7. A partir daí, os polacos dispararam para o 7-10 final, em 1h16m, e marcaram encontro com os croatas Borna Coric e Franko Skugor, nas meias-finais.

“O jogo de ténis de alto nível é perigoso, porque as coisas podem estar controladas e uma bola ou outra pode mudar o rumo do encontro. Eu não costumo falar de sorte, mas acho que foi o que aconteceu. Houve dois pontos de ouro, em que eu servi e a bola deles bateu na tela”, avaliou Gastão Elias.

Foi o canto do cisne do contingente português no Estoril Open, uma vez que Frederico Silva também já se tinha despedido do torneio, graças a um desaire somado ao lado de Kyle Edmund, no duelo de pares com os mais experientes e credenciados Treat Huey e Max Mirnyi, por 6-4, 6-4, em 1h06m.

“Em geral, foi um jogo positivo para nós, conseguimos estar os dois sets equilibrados com dois jogadores que são dos melhores do mundo em pares. Talvez também tenha faltado um pouco de sorte para virarmos o jogo a nosso favor”, concluiu.

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