Na primeira das duas semanas de maior pressão pontual na sua carreira, João Sousa continua a dar provas de uma enorme força mental. Quando tem de defender os 90 pontos pela meia-final em São Petersburgo, 51 semanas antes, o vimaranense já garantiu 150 ao atingir a final do Moselle Open, depois de eliminar o francês Gael Monfils. Em Metz, Sousa tem mostrado igualmente a sua força física, fundamental para derrotar o 18.º do ranking, naquela que é a sua melhor vitória da época.

“Joguei a um nível muito bom. Ele sem dúvida que tinha o público a favor, mas eu mantive-me concentrado e soube lidar bem com a situação”, resumiu Sousa, após vencer, por 7-6 (8/6), 6-2. “Tivemos um primeiro set com um desgaste físico muito acentuado. No final do set notei que ele não estava tão bem fisicamente e penso que, no segundo set, foi um pouco abaixo e eu soube tirar partido dessa situação e joguei bem nos momentos importantes”, acrescentou o número um português que, nesta semana, pôde contar com a ajuda do compatriota Carlos Costa, habitual fisioterapeuta de Tommy Haas. “Sem dúvida que ter um fisioterapeuta só para mim faz alguma diferença”, admitiu.

Monfils, sétimo mundial em 2011, exibiu-se de forma irregular, devido ao cansaço acumulado nas últimas semanas, e foi com um par de duplas-faltas que Sousa recuperou o break de atraso (3/3). Na parte decisiva da partida, o vimaranense recebeu uma advertência por receber instruções do treinador, mas isso não o impediu de fazer o 6-5 – nem de criticar vincadamente junto do árbitro o timing da decisão.

O francês liderou o tie-break (3/1), Sousa recuperou e, após um longo ponto, conseguiu um mini-break, para servir a 6/5. O tenista luso foi batido por um passing-shot fabuloso do francês, mas no segundo set-point, a 7/6, Monfils colaborou ao bater a esquerda para fora.

O cansaço e a desilusão por ceder o set inicial custaram a Monfils um break no início da segunda partida. Sousa teve de salvar corajosamente dois break-points logo de seguida, antes de obter um segundo break, que selou a superioridade do português. Monfils deu tudo o que tinha para sobreviver no encontro quando Sousa serviu a 5-2 e até dispôs de dois break-points. Mas o 35.º erro não forçado do francês originou o match-point, concretizado com mais um bom primeiro serviço de Sousa.

No domingo (14h em Portugal), na sua terceira final no ATP World Tour, Sousa reencontra David Goffin (45.º), que, há três semanas, o eliminou no Open dos EUA. O belga, que assinou 14 ases para ultrapassar o alemão Jan-Lennard Struff (61.º), por 7-6 (7/4), 6-3, venceu Sousa nos EUA, por 6-4, 6-2 e 6-0.

Sousa tem já garantida a subida ao 35.º lugar do ranking, igualando a sua melhor classificação na tabela ATP, alcançada em Julho.  Na próxima semana, estará na Malásia a defender o título em Kuala Lumpur, onde figura como sexto cabeça-de-série e onde irá ter como primeiro adversário o alemão Benjamin Becker (60.º).

No CIF, Rui Machado conquistou o quarto título no Campeonato Nacional Absoluto, Taça Guilherme Pinto Basto. O tenista algarvio (campeão igualmente em 2005, 2008 e 2013) ganhou na final a João Domingues, por 6-0, 6-4, angariando 2.400 euros. Bárbara Luz, vice-campeã em 2011 e 2013, conquistou o título feminino (e dois mil euros), ao vencer Inês Murta, por  4-6, 7-5 e 6-1.