Problemas físicos na base da eliminação de João Sousa

Jordan Thompson bateu o número um português na primeira ronda do Open da Austrália. Karlovic e Zeballos fizeram história.

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João Sousa participou pela sétima vez no Open da Austrália LUSA/TRACEY NEARMY

Depois da excelente semana em Auckland, poucos anteviam a eliminação de João Sousa na ronda inaugural do Open da Austrália. Mas o melhor tenista português não aguentou as exigências físicas do duelo em cinco sets com o australiano Jordan Thompson que, apesar dos progressos realizados desde o anterior confronto entre ambos, também em Melbourne, em 2015, se mostrou acessível, como ficou comprovado nos dois sets iniciais. Mas a quebra física de Sousa e o apoio ruidoso do público australiano conduziram Thompson à vitória em 3h21m.

“Não estive à altura do desafio a nível físico. Já antes de entrar no campo tive alguns problemas físicos. Custou-me muitíssimo recuperar boas sensações fisicamente para o encontro de hoje e paguei a factura a partir do final do segundo set. Ele fez um bom encontro, serviu bem em momentos decisivos, sem dúvida que jogou muito bem”, admitiu Sousa (37.º no ranking), depois de sair do court 2, abatido pela derrota frente a Thompson (76.º), por 6-7 (2/7), 4-6, 6-3, 6-2 e 6-1.

Esta madrugada, Sousa competia na prova de pares, na qual forma equipa com o argentino Guillermo Duran, tendo como primeiros adversários o neozelandês Marcus Daniell e o brasileiro Marcelo Demoliner.

Para Thompson, esta foi a sua primeira vitória no Open da Austrália. “Esta vai para o primeiro lugar do meu currículo. Vir de 0-2 em sets no Open da Austrália, no ‘show court’ 2, é espantoso”, confessou Thompson, que começou a acreditar que podia vencer quando obteve o break no terceiro set. “O público pode influenciar os encontros, isso viu-se no quinto set. Não sei se ele perdeu a concentração, mas se começa a falar com o público, é porque não está totalmente concentrado no encontro”, acrescentou o australiano de 22 anos, que tem como mentor Lleyton Hewitt.

Novak Djokovic (2.º) estreou-se diante de Fernando Verdasco (40.º), que, há duas semanas, tinha tido cinco match-points à sua disposição para eliminar o sérvio no Open do Qatar. Em Melbourne, Djokovic dominou o espanhol, por 6-1, 7-6 (7/4) e 6-2.

Milos Raonic (3.º) e Rafael Nadal (9.º) ultrapassaram adversários alemães em três set , respectivamente Dustin Brown (70.º) e Florian Mayer (49.º). Grigor Dimitrov (15.º) venceu igualmente em três sets, Dominic Thiem (8.º) em quatro e Alexander Zverev (24.º), em cinco.

Mas o destaque da jornada vai para Ivo Karlovic (20.º) e Horacio Zeballos (69.º), que protagonizaram o quinto set e o encontro com mais jogos disputados de sempre na história do torneio australiano, desde que foi introduzido o tie-break: 6-7 (6/8), 3-6, 7-5, 6-2 e 22-20. Na maratona de 5h14m — só a final de 2012 entre Djokovic e Nadal durou mais, 5h53 —, o croata de 37 anos assinou 75 ases, batendo o anterior recorde no Open, de 51 ases, pertencente a Thomas Johansson desde 2005.

No torneio feminino, Serena Williams venceu “o mais difícil encontro da primeira eliminatória”, por 6-4, 6-3, batendo a suíça Belinda Bencic (59.ª), de 19 anos. Serena, 16 anos mais velha, cometeu 30 erros não forçados, mas também somou 30 winners, incluindo oito ases.

Karolina Pliskova (5.ª), Johanna Konta (9.ª) e Caroline Wozniacki (17.ª) venceram em dois sets, mas Agnieszka Radwanska (3.ª) teve de aplicar-se durante duas horas para ultrapassar a búlgara Tsvetana Pironkova (64.ª), com os parciais de 6-1, 4-6 e 6-1.

A figura do dia foi a checa Lucie Safarova (74.ª), que venceu a belga Yanina Wickmayer (60.ª), por 3-6, 7-6 (9/7) e 6-1, depois de salvar nove match-points.     

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