Jiménez salvou o Benfica em Astana e o Atlético de Madrid fez o resto

“Encarnados” estiveram a perder no Cazaquistão mas conseguiram empatar. Derrota do Galatasaray coloca o campeão português directamente nos oitavos-de-final.

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Apesar das dificuldades, o Benfica conseguiu somar um ponto em Astana Shamil Zhumatov/Reuters

Não foi o jogo ideal para, tal como Rui Vitória pretendia, esquecer a derrota frente ao Sporting, que ditou a eliminação do Benfica na Taça de Portugal. Mas o empate que os “encarnados” obtiveram no Cazaquistão, frente ao Astana (2-2), acabou por ser um mal menor para as aspirações europeias do clube da Luz, tendo em conta as circunstâncias em que foi alcançado. O Benfica esteve a perder por 2-0, mas conseguiu chegar à igualdade e viu confirmar-se a qualificação para a próxima fase após a vitória do Atlético de Madrid sobre o Galatasaray (2-0). Pela primeira vez desde 2011-12, os “encarnados” estão nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões — e vão discutir o primeiro lugar no Grupo C com os “colchoneros”, em casa, na última jornada da fase de grupos.

O primeiro empate do Benfica versão 2015-16 em jogos oficiais foi também a terceira igualdade registada pelo Astana em outros tantos jogos em casa, na Liga dos Campeões. Os estreantes do Cazaquistão não perderam nenhuma das partidas diante do seu público e conseguiram mesmo ser superiores aos “encarnados” durante alguns períodos. O tridente atacante formado por Twumasi, Kéthévoama e Kabananga deu grandes dores de cabeça ao sector mais recuado do Benfica, que se apresentou em Astana com sequelas do derby: Sílvio, Jardel e Eliseu foram titulares após terem jogado 120 minutos em Alvalade, enquanto Lisandro López ocupou o lugar do lesionado Luisão no centro da defesa. A titularidade de Renato Sanches no meio-campo foi outro dos destaques no “onze” escolhido por Rui Vitória.

O Benfica demorou a sentir-se confortável em Astana. Os “encarnados” estranharam o piso sintético, mas isso não explica tudo: faltou intensidade, sobraram os passes errados e houve uma dose de apatia na forma como foram abordados determinados lances. Seis dos onze titulares tinham estado pelo menos 100 minutos em campo no sábado, ao que se somou uma viagem de nove horas e mais de 6000 quilómetros até ao Cazaquistão.

Indiferente a tudo isso, a equipa de Stanimir Stoilov foi fazendo pela vida. Aos 18’, Patrick Twumasi surgiu em excelente posição após cruzamento de Kéthévoama, só que estava em posição irregular. Mas no minuto seguinte o jovem ganês inaugurou o marcador: o cruzamento foi de Kabananga e Twumasi correspondeu de cabeça, perante a passividade da defesa “encarnada”. Pela primeira vez, o Astana estava em vantagem num jogo da Liga dos Campeões.

Se o Astana estar na frente do marcador era uma surpresa, ainda não se tinha visto tudo. Perante a incapacidade do Benfica em esboçar uma reacção, os anfitriões continuavam a criar perigo e chegaram ao 2-0 quando Anicic surgiu a desviar, aparentemente com as costas, o livre marcado por Kéthévoama. Júlio César hesitou e a defesa do Benfica deixou o defesa bósnio à vontade.

Era um cenário de pesadelo para Rui Vitória, mas que se atenuou ainda antes do intervalo, quando, após um bom cruzamento de Jonas, Raúl Jiménez se antecipou a Postnikov e fez o 2-1. Mas a exibição “encarnada” continuava longe de deslumbrar.

As dificuldades para segurar o Astana mantiveram-se no segundo tempo, apesar de uma ligeira melhoria na exibição “encarnada”. E foi graças a uma contrariedade (Sílvio lesionou-se, sendo substituído por André Almeida aos 65’) que surgiu o golo do empate. O polivalente jogador do Benfica fez o cruzamento do lado direito para Jiménez “bisar” na partida, com um remate que ainda tocou no poste da baliza do Astana antes de entrar. Em Madrid, o Atlético fez o resto. E o Benfica está de volta aos oitavos-de-final.

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